segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Mensagem dia 03 de Janeiro - Caminhando com Jesus.


SÉRIE: CAMINHANDO COM JESUS.

TEXTO: MATEUS 4.1.11
TEMA: AS TENTAÇÕES QUE NOS FAZEM DESVIAR DO CAMINHO.
Introdução.
Jesus é o caminho. Ele mesmo o afirmou no evangelho de João, na sexta de suas sete extraordinárias autodefinições iniciadas por “Eu sou...”: “eu sou o caminho, a verdade e a vida”. Essa declaração acha-se entre as mais lembradas dentre as que Jesus proferiu e entre as mais frequentemente citadas. Está também entre as mais frequentemente desconsideradas hoje em nossa cultura. Esse nevoeiro de inatenção que circunda essa afirmativa é algo que naturalmente se esperaria daqueles que seguem esse “caminho”, mas espanta e desanima quando se encontra entre os homens e as mulheres que oferecem orientação e direção sobre os métodos e meios para viver na comunidade de Jesus e para viver como fermento no mundo.
“Sigam-me” é o terceiro imperativo proferido por Jesus na narrativa da história do evangelho apresentada por Marcos (Mc. 1:17). É precedido por “arrependam-se” e “Creiam” (Mc. 1:15). Os três imperativos são as primeiras ordens que Jesus emite depois de anunciar, de forma contundente e inaugural: “o Reno de Deus está próximo” (1.15). Os três imperativos são convites a vivermos precisamente essa realidade, esse reino, seguindo a Jesus.
O Primeiro imperativo, “arrependam-se”, requer a decisão de abandonar um estilo de vida para embarcar em outro. Exige mudança de mente ou de coração que resulta em mudança de direção. O segundo imperativo, “creiam”, requer um envolvimento pessoal, confiante relacional, nessa reordenação abrangente da realidade. E o terceiro imperativo, “sigam”, faz que no movamos em obediência num modo de vida que é visível e audível em Jesus, um modo de falar e de pensar, de imaginar e de orar, que condiz com as realidades imediatas (“próximo”), presentes do reino.
Seguir a Jesus implica abraçarmos m estilo de vida que recebe o caráter, a forma e a direção daquele que nos chama. Seguir a Jesus significa captar ritmos e modos de fazer as coisas que não são em geral proferidos por Jesus, mas sempre decorrem dele, formados por influencia dele. Seguir a Jesus significa que não podemos separar o que Jesus diz do que ele faz e do modo em que ele o faz. Seguir a Jesus envolve nossos pés tanto quanto – ou talvez mais do que – nossos ouvidos e olhos.
A metáfora do “Caminho”. Caminho, um substantivo simples a designar uma estrada que conduz a um destino, mas depois se abre numa metáfora que se ramifica em muitos e variados “caminhos” – não somente o caminho que percorremos como a rota que escolhemos seguir, mas o modo como seguimos pelo caminho, seja a pé, seja de bicicleta ou de automóvel. A maneira pela qual conversamos, usamos nossa influencia, tratamos as pessoas, criamos os filhos, lemos, adoramos, votamos, o método que adotamos ao cultivarmos o jardim, o jeito de jogar bola, o modo pelo qual sentimos, comemos... E assim por diante, interminavelmente, os vários e acumulados “métodos e meios” que caracterizam nosso modo de vida.
Os Salmos, pelo profundo exame que fazem de uma vida vivida de modo atento e responsável diante de Deus, chamam a atenção pelo uso que fazem da metáfora, empregando-a 97 vezes. O salmo primeiro começa fazendo um contraste entre o caminho do ímpio e o caminho do justo. Mostrando que são completamente opostos. O caminho é largamente empregado, tanto no A.T. como no N.T., oferecendo uma complexa teia de associações que nos mantém atentos à necessidade penetrante e inescapável de tomarmos parte de modo claramente participativo de toda a verdade (doutrina) e de toda a ação (obediência), sendo verdade e a ação, partes de um todo, assim como o viajante e a estrada não existem um sem o outro. Em seu sermão do monte, Jesus retoma e desenvolve a figura dos dois caminhos presente no salmo um, quando contrapõe a estrada popular e fácil em direção à morte com a estrada que conduz à vida (Mt. 7.13_14). “13– Entrem pela porta estreita porque a porta larga e o caminho fácil levam para o inferno, e há muitas pessoas que andam por esse caminho. 14A porta estreita e o caminho difícil levam para a vida, e poucas pessoas encontram esse caminho.” (NTLH).
Narrativa:

“Então Jesus foi levado pelo espírito ao deserto, para ser tentado pelo diabo.”
João “viu o Espírito de Deus descendo como uma pomba e pousando sobre ele (3.16)
“Então Jesus foi levado pelo Espírito”. (4.1)

“E eis uma voz do céu, dizendo: este é o meu Filho, o Amado...” (3.17)
“Se és Filho de Deus...” (4.3).
Jesus foi levado da margem do Jordão, onde fora batizado, para as terras altas adjacentes. Ele foi levado pela direção do Espírito, esse mesmo Espírito, que não somente sabia que era necessária sua experiência com a tentação, mas cuja presença ativa e plenária também qualificou Jesus para triunfar sobre ela. Ele foi levado “ao deserto”, onde estava “com as feras” (Mc. 1.13). Aqui foi tentado pelo diabolos, ou seja, o diabo, que significa acusador (pela influência da septuaginta que oferece diabolos como tradução para satanás), também adversário (IPe. 5.8).
É evidente que Mateus cria na existência de um “príncipe do mal” pessoal. Igualmente criam os demais apóstolos e escritores inspirados, bem como o próprio Jesus.
Somos incapazes de analisar minuciosamente o que ocorreu no coração de Cristo enquanto era ele tentado. Com base no relato inspirado, cremos que foi uma experiência real e intensa.
O tempo passado no deserto protege o caminho de Jesus da presunção e dos equívocos, da ingenuidade e do ensimesmamento. Analisamos com atenção o que se passa na prova e na tentação de Jesus e percebemos que o diabo não sugere que Jesus de forma alguma renuncie a seu chamado, retorne a algo mais simples, evite assumir responsabilidade, negue a validade de seu batismo ou duvide da voz que veio do céu. O diabo contenta-se de deixar intacta a questão dos fins – a meta, o propósito, a grandiosa obra da salvação. Sua tentação dedica-se exclusivamente aos caminhos, aos meios que mais se prestam para alcançar o fim para o qual Jesus é o caminho.
TEMA: AS TENTAÇÕES QUE NOS FAZEM DESVIAR DO CAMINHO.
Três sugestões são dadas pelo diabo a Jesus. Mais quais as implicações delas para as nossas vidas.
1) Reduzir a vida às necessidades - Transformando pedra em pão. V. 3
As experiências de Moisés no Monte Horebe, e as de Elias em sua jornada para o mesmo monte, nos vêem à mente de imediato. Lc. 4.2 nos revela que o jejum de Cristo foi total, não parcial. Jesus está com fome. O diabo quer usar Jesus para fazer o bem. Jesus pode começar fornecendo uma boa refeição para si mesmo. Ele pode transformar os elementos da criação em mercadoria e fazer algo útil deles. Alo óbvio e bom para fazer. Isso o iniciará na carreira de fazer o bem: satisfazer as necessidades das pessoas; satisfazer suas fomes físicas, emocionais ou intelectuais; conferir-lhes um senso de realização; dar-lhes autoestima.
O diabo quer que façamos o mesmo: seguir a Jesus, mas depois usar Jesus para satisfazer necessidades, primeiramente as nossas e depois as necessidade de todas as pessoas famintas ao nosso redor. A tentação é tratar a mim mesmo e aos outros, acima de qualquer coisa, em nossa condição de consumidores. É a tentação de definir a vida da perspectiva do consumismo e depois traçar planos e programas para implementar isso “em nome de Jesus”.
Não que não haja um número suficiente de necessidades neste mundo que exigem atenção. E não que não haja uma obra premente que brota do evangelho à qual devamos dedicar por toda a nossa vida, mitigando a fome e a pobreza, labutando pela justiça, curando doentes, ensinando o que precisa ser aprendido, cuidando da terra, fazendo plantações e preparando refeições, contando historias e entoando canções, protegendo os fracos. Mas a tentação de rebaixar as pessoas, nós mesmos e os outros, ao nível de meras necessidades autodefinidas ou então decididas pela cultura, as quais invariavelmente, com o tempo, acabam se tornando necessidades definidas pelo pecado – usando Jesus para fazê-lo.
Jesus não cessou por toda a vida de satisfazer necessidades, e quer que tenhamos o mesmo tipo de engajamento, mas a maneira pela qual ele viveu não se restringiu a meramente satisfazer necessidades, embora sempre incluísse isso.
A primeira citação é de Dt. 8.3. Ela retrata Moisés lembrando a Israel do terno cuidado de Deus pelo seu povo durante quarenta anos de jornada pelo deserto. Particularmente, ela mostra como o senhor os alimentará com o maná, outrora completamente desconhecido deles e de seus pais, para ensinar-lhes “que não só de pão viverá o homem, mas de tudo o que procede da boca do Senhor, disso viverá o homem”.
Portanto o que Jesus disse pode ser assim parafraseado: “tentador, você está com a falsa suposição de que, para que um homem sacie sua fome e continue vivendo, é absolutamente necessário o pão. Contra essa idéia errônea, agora declaro que a única fonte indispensável da vida e bem-estar do homem, e para mim mesmo, é o poder de meu Pai que é criativo, energizante e sustentador”.
Certamente que Aquele que providenciou o maná quando não havia pão, e que um pouco antes havia dito: “este é o meu filho... em quem tenho prazer” não desampararia o seu amado.
Aplicação: Transformar a igreja em distribuidora de milagres, sem oferecer a oportunidade de arrependimento. Dá o que o povo quer (pão e circo)
2) Tornar a vida cristã em circo – saltar da parte mais alta do templo. V. 5,6
Com a permissão de Deus, o diabo conduziu Jesus a essa cidade, e o colocou no próprio pináculo (literalmente, asa) do muro exterior de todo o complexo do templo. O local exato não nos é fornecido. Pode ter sido a parte superior do teto do pórtico real de Herodes, que dá para o vale Cedrom, com uma altura de cerca de 150 metros, “uma altura que provoca vertigem” segundo indica Josefo. Este local estava situado a sudeste do átrio do templo, talvez no lugar ou perto dele, onde, segundo a tradição foi lançado Tiago, o irmão do Senhor.
“Visto que és o Filho de Deus”, diz o tentador, lança-te abaixo. O seu raciocínio provavelmente seguia esta linha: “Assim poderás demonstrar tua confiança na proteção do Pai, confiança que por implicação acabas de confessar (v.4). Além disso, se as escrituras que citas com tanta prontidão, são verdade, não sofrerás nenhum prejuízo, porque está escrito: Ele dará instruções aos anjos a teu respeito.
A passagem citada é do salmo 91.11,12. Contudo na forma citada pelo diabo, há uma omissão que é importante. Segundo o hebraico, o salmo termina com as palavras “para guardar-te em todos os teus caminhos”. Quando essas palavras são incluídas Deus promete proteger os homens justos em todos os seus caminhos justos; pois tais são os caminhos do homem que habita no lugar secreto do Altíssimo, e mora a sombra do Onipotente. Deus não promete guardar independente do que se faça. Jesus não cai na armadilha de brincar com a providência lançando-se impetuosamente ao perigo de maneira injustificada.
O diabo quer usar Jesus para com um milagre deslumbar as multidões que estão na rua lá embaixo, dando um pouco de animação para a vida tediosa delas. “Jogue-se, Jesus... essas pessoas jamais esquecerão; isso mudará a vida delas. Por muitos anos, elas contarão aos filhos e netos sobre o resgate angélico, um testemunho convincente de que Deus está sempre à inteira disposição delas com o sobrenatural.
A tentação é embarcar numa carreira circense de milagres. E o que poderia ser melhor que uma carreira nos milagres divinos, milagres religiosos, entretendo multidões, proporcionando êxtase aqui e agora, à vista-
O diabo quer que façamos o mesmo, usar Jesus como cerca contra o tédio. Usar Jesus como algumas pessoas usam drogas e álcool, sexo e carros velozes, perigos e fortes emoções, televisão e armas de fogo. Usar Jesus em seu potencial de operar milagres. Usar Jesus como suspensão temporária da monotonia. Empacotar Jesus como uma mercadoria para as diversões de fim de semana.
A obediência a proposta de satanás era tentadora, porquanto, que homem existe que, ao ser solicitado que comprove um argumento que fizera, não sinta que deve fazê-lo imediatamente sem primeiro perguntar a si mesmo: que direito tem o meu incitador de pedir-me que faça tal comprovação. Jesus, contudo não cai nesta armadilha.
Aplicação: Daniel (cova dos leões), Cristãos do primeiro século, Elias no monte. (Qual era o princípio)
3) Transformar a vida cristã numa mera busca de poder – Tudo isto te darei. V. 8,9
E agora o diabo deixa cair sua máscara e, tendo fracassado miseravelmente nas duas primeiras tentativas de vencer seu inimigo, arrisca tudo numa tentativa final, brutal e desesperada para Alcançar seu propósito.
No meio do impasse se isso aconteceu literalmente ou em visão, fico com a proposta de Calvino comentando a terceira tentação ele diz “Pergunta-se, foi ele realmente conduzido a esse ponto elevado, ou isso aconteceu em forma de visão. O que é aduzido, ou seja, que todos os reinos do mundo foram apresentados ante os olhos de cristo... num momento... concorda com a idéia de uma visão melhor do que com qualquer outra teoria. Num assunto que traz dúvidas, e onde a ignorância não produz riscos, prefiro antes suspender o juízo do que proporcionar aos que são contenciosos uma desculpa para debater”.
O diabo quer usar Jesus para governar o mundo, assumir o controle do mundo -... todos os reinos do mundo e o seu esplender”. Que oferta! Quem seria mais qualificado? Eis a oportunidade de estabelecer um reino de paz, justiça e prosperidade. Criar um governo livre de corrupções. Mas naturalmente teria de ser de acordo com as condições do diabo, um reino condicionado pela ímpia conjunção “se”.
O diabo quer que usemos a Jesus da mesma maneira. Usar Jesus para reger nossas famílias, nossos bairros, nossas escolas, nossos governos com toda a eficiência e correção que pudermos, mas sem nenhum Amor ou perdão. Cada homem e cada mulher reduzidos a uma função.
Jesus tem muito para dizer sobre a maneira como regemos o mundo - “reino” e “mundo” figuram em grande medida entre aquilo que ele tinha e tem em mente. Mas ele valoriza demais a nossa alma para nos “desalmar” com o objetivo de nos tornar bons. Ele convida e perdoa. Ele busca o perdido e sara o ferido. Ele repreende o orgulhoso e dá a outra face. A ultima palavra das Escrituras nos fornecem sobre Jesus é triunfante, como o “soberano rei da terra”. (Ap. 1:5) - a mesma posição exaltada oferecida pelo diabo, mas reinando, como se percebe, primeiramente a partir da Cruz do gólgota e agora “assentado à direita do Pai’, executando a obra grandiosa e abrangente da salvação, “para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho... e toda língua confesse que Jesus Cristo e o Senhor, para a glória de Deus Pai” (Fp. 2.10-11).
Jesus foi tentado a governar assentado sobre um torno burocrático de regras abstratas e princípios desencarnados, impostos a homens e mulheres independentemente da confiança relacional e do amor adorador. Ele recusou. O reinado de Jesus jamais é impessoal, jamais anônimo.
Aplicação: Jovem abordada por um estranho (proposta de relacionamento por uma quantia alta).
Conclusão:
Cada uma das tentações do diabo está relacionada com a maneira pela qual Jesus é o caminho, o seja, o caminho que ele adotará para realizar sua obra. Será que ele rebaixará e impessoalizará o caminho impondo sua vontade às pedras, usando–as para satisfazer as necessidades humanas, primeiramente cuidando de si mesmo e depois alimentando muitas pessoas_ Será que ele montará um espetáculo circence, demonstrará a providencia miraculosa e sempre presente de Deus para as pessoas nas ruas, mas jamais tratando como pessoas_ Será que ele regerá o mundo por meio de uma burocracia sem rosto, uma justiça que se impõe com eficácia e uma prosperidade sem sujar as mãos?
Mas Jesus disse “não” a cada uma dessas maneiras. Nas três grandes recusas, o que Jesus está declinando é fazer coisas boas de maneira errada. Cada tentação vem embrulhada com algo bom: alimentar muitas pessoas, evangelizar por meio do milagre, governar o mundo com justiça. A estratégia de tentação do diabo é impessoalizar os caminhos de Jesus.
Por isso, hoje eu te convido a andar por este Caminho que é Jesus. Conhecê-lo, desfrutar dele e saber que mais do que uma estrada o caminho é uma metáfora indicando o modo de viver. Jesus é o exemplo pessoal, encarnado e vivo!
Que Deus te abençoe!
Rev. Rubens Ribeiro Cirqueira

Um comentário:

Anônimo disse...

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