quinta-feira, 30 de julho de 2009

Muçulmanos egípcios utilizam a gripe suína como pretexto para perseguir cristãos


A violência islâmica contra cristãos é recorrente no Egito.

No Egito, os cristãos coptas vivem predominantemente dos  negócios relacionados à criação de porcos. Apesar do nome, a gripe suína não foi detectada em porcos ainda em lugar nenhum do mundo. Entretanto, os muçulmanos do Egito, que consideram o porco um animal impuro, decidiram perseguir os cristãos utilizando como pretexto o extermínio preventivo de suas criações de suínos, o que os priva de seu trabalho e fonte de renda, efetivamente destruindo suas vidas.
 
A campanha tem origem no governo e tem sido apoiada pela mídia que espalha superstições e desinformação sobre os porcos espalharem a doença, a despeito de, reiterando, ser fato conhecido que nenhum animal jamais foi encontrado contaminado. Mesmo assim, o objetivo do governo muçulmano é destruir todas as 400 mil cabeças do gado suíno egípcio.
Segundo líderes cristãos coptas que evidentemente desejam manter seu nome em segredo, a medida tem o objetivo de privar os cristãos de suas rendas, tendo já retirado de alguns milhares de cristãos o seu ganha-pão.

Além disso, segundo as mesmas fontes, a campanha é utilizada também como outras formas de perseguição. Pontos de blitz foram localizados nas regiões onde vivem os coptas para "impedir" que tentem transferir os porcos para esconderijos. Os muçulmanos exigem inclusive que os cristãos dispam-se completamente alegando que poderiam estar escondendo porcos embaixo da roupa, ou seja, buscando apenas humilhá-los.
A violência islâmica contra cristãos é recorrente no Egito. Um dos casos mais proeminente ocorreu em 2007 quando muçulmanos atacaram cristãos coptas e suas lojas, incendiando-as. Todo e qualquer ofício necessita de permissão estatal e os cristãos não podem ocupar cargos de relevância no governo, exército ou na educação.

terça-feira, 28 de julho de 2009

Quando os fundamentos estão destruídos...






Se eu tivesse poder para mudar alguma coisa no mundo eu colocaria um pouco mais de generosidade no coração das pessoas e arrancaria delas o egoísmo latente que faz com que muitos vivam sem se importar se suas atitudes ferem o direito do próximo ou prejudicam a vida de quem está perto. Pois o egoísmo faz com que as pessoas vivam como se o próximo não valesse nada.

Estou cansado de ver o meu direito sendo desrespeitado pela atitude de pessoas egoístas que só pensam em si mesmas e que não se importam com quem convive ao seu redor. Estou cansado de ter que dormir ouvindo música alta que vem do vizinho.

Estou cansado de ver o “cidadão” tratar a cidade como se fosse uma lata de lixo e de me sentir vivendo em um imenso chiqueiro. Estou cansado de pisar em fezes de cachorro cujos donos não se dão o trabalho de recolher. Estou cansado de desviar da sujeira que se acumula pelas ruas numa cidade onde três em cada quatro habitantes têm o habito de jogar lixo nas ruas.

Estou cansado de dirigir em ruas esburacadas nas quais motoristas não respeitam regras básicas de trânsito e colocam em risco a minha vida e a de pedestres desprotegidos. Estou cansado de ouvir a buzina tocando antes mesmo que eu tenha tempo de engatar a primeira marcha quando o sinal abre. Estou cansado de ver o meu carro sendo golpeado por motoqueiros que se consideram os donos das pistas. Estou cansado de atravessar a pé na faixa de pedestres com medo dos motoristas que vêm pelas ruas.

Não agüento mais respirar ar poluído porque falta consciência ecológica no cidadão. Cansei de ver pessoas destruindo árvores, desmatando florestas, roubando madeira, realizando queimadas criminosas, e acabando com a natureza. Estou cansado de ver animais sendo exterminados e agonizando por causa da ganância do ser humano.

Estou cansado de ver pessoas se valendo do “jeitinho” para furar fila, levar vantagem, passar na frente de quem chegou primeiro. Estou cansado de ver velhinhos em filas de hospitais, crianças nos faróis, mendigos nas ruas enquanto poucos privilegiados tiram vantagens do dinheiro público.

Estou cansado de pagar impostos que acabam nos bolsos de políticos safados. Estou cansado do tráfico de influências de pessoas que desviam dinheiro da saúde, educação, e da previdência. Sinto nojo dos homens públicos que só defendem seus interesses pessoais e livram seus companheiros de serem cassados por falta de decoro sem se importar com a moral, a ética e o país.

Estou cansado de viver numa casa cheia de grades nas janelas como seu eu estivesse preso. Estou cansado de sair de casa todos os dias com medo de ser assaltado. Estou cansado de viver com medo de bala perdida, de seqüestro relâmpago, de assalto e assassinato, porque, Infelizmente, Herbert Viana estava certo quando cantou: “Eu vivo sem saber até quando ainda estou vivo, sem saber o calibre do perigo, eu não sei da onde vem o tiro”. A violência irracional nos choca a cada dia. Os bandidos não se contentam em roubar, eles matam por prazer. É duro saber que a minha vida prá eles não vale nada.

Estou cansado de viver ao lado de pessoas egoístas e sem generosidade que geram em meu coração um sentimento ruim e de vergonha de fazer parte de uma sociedade como esta. Uma sociedade na qual fazer o certo é raridade e motivo de espanto. Uma sociedade onde o faxineiro que devolveu um pacote de dinheiro que achou no chão do metrô se tornou manchete de jornais, pois isso não é o normal. Cansei de viver numa sociedade onde virtudes como honestidade, retidão, bondade, cordialidade e generosidade estão em extinção. Vivemos numa sociedade cujos fundamentos estão se destruindo.

O que podemos fazer a não ser fugir? O que podemos fazer se não ir embora? Mas para onde? Onde encontraremos um lugar em que a injustiça e o egoísmo não estejam presentes?

Quando as coisas estavam assim ruins nos tempos do Rei Davi, ele recebeu o conselho de fugir para bem longe, “Fuja como um pássaro para os montes”? Vejam! Os ímpios preparam os seus arcos; colocam as flechas contra as cordas para das sombras as atirarem nos retos de coração. Quando os fundamentos estão sendo destruídos, que pode fazer o justo?” Salmo 11.1-3

Estes versos do salmo expressam bem o sentimento que invade o meu coração. Sinto-me cercado por pessoas más e egoístas cujas atitudes parecem flechas apontadas para minha direção. Os fundamentos da sociedade em que vivo estão destruídos, o que posso eu fazer?

Entretanto, a resposta do Rei Davi me oferece o consolo que aquieta o meu coração, “No SENHOR me refugio... O SENHOR está no seu santo templo; o SENHOR tem o seu trono nos céus. Seus olhos observam; seus olhos examinam os filhos dos homens. O SENHOR prova o justo, mas o ímpio e a quem ama a injustiça, a sua alma odeia. Sobre os ímpios ele fará chover brasas ardentes e enxofre incandescente; vento ressecante é o que terão. Pois o SENHOR é justo, e ama a justiça; os retos verão a sua face. Salmo 11.1 e 4-7.

Mas quem são os retos? Eles não são pessoas perfeitas, mas são aqueles que reconhecem Deus em seus caminhos. São aqueles que têm fome e sede de justiça! São aqueles que amam seu próximo como a si mesmo, por isso não sujam, não roubam, não defraudam, não ultrapassam limites, não desrespeitam o direito do outro. São aqueles que estendem a mão, que dizem obrigado, que sabem dizer: ”Por favor”, que cedem o lugar, que se levantam para os mais velhos, que se policiam para não prejudicarem o próximo.

Ah! Se entendêssemos que para viver em um lugar melhor não é preciso grandes sacrifícios... é preciso apenas generosidade e retidão!

Adrien Bausells

domingo, 26 de julho de 2009

Pára-quedas Para Situações de Crise



Você conhece aquela do homem que foi achado morto, espatifado, depois de um acidente aéreo? Nas mãos agarradas à cabeça havia um frasco em que se lia: "Pára-queda de cabelo".

Esta é uma das situações que desejo prevenir em minha vida. Não, não tenho medo de vôos; tenho medo de interpretar de maneira errada os preceitos da Palavra de Deus. Confesso também que tenho receio de parecer atrevido, falando de ajuda para expertos da ajuda pastoral. Especialmente eu, que tenho levado cada tombo! Mas não me pergunte nada além de como foi que o Senhor me levantou.
Problemas, certamente todo mundo tem. De perto, de perto, ninguém escapa. O ponto chave, entretanto, é como proceder no momento da crise, do pecado, da dor, da necessidade. Se você pensou "ler a Bíblia" ou "orar", até que acertou no pulo. Mas, cuidado! Não vá cair sentado na Bíblia nem despencar orando.
A Palavra de Deus fala conosco com o peso da glória do Senhor e a oração da fé responde ao apelo de sua graça. Nem uma nem outra, entretanto, serve de pára-quedas. Antes, são dons de Deus trazidos pelo único que desceu dos céus e para lá subiu afim de nos assegurar tudo o que precisamos para a vida e a piedade. O Senhor já providenciou para nós uma redenção eterna que inclui a justificação e a santificação. Qualquer que seja a nossa situação de queda, o Senhor Jesus Cristo é nossa salvação.
A bula bíblica prescreve o que fazer em caso de queda, fraqueza, peso, e outros tantos problemas, quer sejam provenientes do nosso pecado quer da ofensa de outros contra nós quer da ofensa de outros contra outros. Está escrito: "Habite, ricamente, em vós a palavra de Cristo; instruí-vos e aconselhai-vos mutuamente em toda a sabedoria, louvando a Deus, com salmos, e hinos, e cânticos espirituais, com gratidão, em vosso coração" (Cl 3;16).
Como utilizar o que Deus colocou à nossa disposição, antes da criação do mundo, conhecendo nosso coração e seus movimentos emocionais comportamentais?
Instrução
Primeiro a Palavra de Deus traz uma instrução, dizendo que a palavra de Cristo deve ter morada no nosso coração. Gosto especialmente desta palavra: habitação. Ela enche a boca da gente. Como desejo que ela encha meu coração. Como desejo que, na hora da provação ou da tentação, minhas mãos sejam achadas agarradas à palavra de Cristo, no meu coração. Então, eu estarei vivo!
Pense nisto: onde o coração habita aí está a totalidade da vida. Não foi isso que o Senhor disse sobre os tesouros do coração e a impossibilidade de servir a dois senhores? Se nos encontramos em pleno vôo, a instrução da Palavra nos mantém no ar; e, se, porventura, já caímos, a mesma palavra é poderosa para alcançar e restaurar a força como a das águias. Tudo se trata de onde habita o nosso coração; de onde habitam os desejos do nosso coração.
Tem gente que habita o medo da punição, e vive se protegendo ou fugindo das pessoas. Inseguro quanto ao perdão dos pecados de outrora, vive repetindo as quedas num silêncio que atordoa. Outros habitam o medo da rejeição, e vivem para agradar pessoas, como se elas fossem o senhor de sua redenção: "Ah! Se eu somente fosse amado!" E há aqueles que habitam o medo da falha. São os bem-sucedidos, ditadores, manipuladores de pessoas e de massas, e sós.
Se me descubro em queda livre num desses movimentos, agarro-me firme à Palavra e levo-a ao coração: "No amor não existe medo; antes, o perfeito amor lança fora o medo. Ora, o medo produz tormento; logo, aquele que teme não é aperfeiçoado no amor. Nós amamos porque ele nos amou primeiro" (1 Jo 4.18-19).
Comunhão
Quando eu era "menino", caía e, caído ou levantando, ficava lá, habitando frustrações, zangas e dores. Ainda caio e choro, mas (dá licença) com a minha idade, se eu continuar me portando como menino, vão pensar que virei gagá. É claro que a gente cresce e continua menino, com sentimentos, com aspirações. Quem perde isso perde a esperança. Graças a Deus por meus irmãos (esposa, filhos, irmãos amigos e inimigos) que, na motivação de Cristo, estimularam ou espicaçaram minhas pernas para que eu prosseguisse no caminho.
Este é a segunda providência: Deus que é trino, nos criou para vivenciar a unidade e a diversidade de sua própria natureza, colocando-nos na igreja. Aí é que os meus medos são triturados na mó do amor e servidos como pão à minha fome de amor. A comunhão da fé é aprendida com sabedoria quando nos aconselhamos uns aos outros.
Quando um de nós cai, geralmente é porque andou sozinho. A ilusão de que há companhia no pecado é coisa do diabo, como descreveu C. S. Lewis: o inferno é um perene distanciamento; ou como disse J. P. Sartre: o inferno é o outro. Quando alguém deixa de habitar no Deus vivo e faz para si mesmo ídolos de substituição para se ajoelhar diante deles e servi-los, este perde de vista o descanso do Senhor; sua primeira reação é um sentimento de injustiça, ira surda que impulsiona o ódio primo do medo e corrói a alma; daí então os assassinatos de pessoas, casamentos, caráter e igrejas; os roubos de dinheiro, de tempo, de vidas; os falsos testemunhos, maledicências sonoras ou silentes; e as cobiças, invejas, ciúmes, manipulações e competições.
A receita da Palavra para a solidão pecaminosa é o aconselhamento entre os irmãos, a palavra que produz sabedoria. Tiago foi claro quando escreveu que o melhor a fazer em situação de crise é pedir sabedoria a Deus, a qual vem da prática da Palavra vivida em religião verdadeira: pureza e amor.
Adoração
É possível que você pergunte: "A adoração não deveria vir em primeiro lugar". Na história da redenção, todos os que quiseram adorar a Deus como meio de salvação, sucumbiram diante da ira divina. Você acha que Deus aceita adulação ou propina em resgate do pecado humano? Pergunte a Caim e aos que crêem que o louvor liberta. Na verdade, a verdade liberta o louvor: "Na verdade, não temos aqui cidade permanente, mas buscamos a que há de vir. Por meio de Jesus, pois, ofereçamos a Deus, sempre, sacrifício de louvor, que é o fruto de lábios que confessam o seu nome" (Hb 13.14-15).
Antes que alguém possa adorar a Deus, tem de habitar em Cristo, tem de adorar segundo a instrução da Palavra de Deus, e tem de deixar a oferta no altar para ir reconciliar com o irmão - para, então, louvar ao Senhor na beleza de sua santidade. Não é esta é a graça manifestada na Ceia do Senhor? Não é disso que falou Pedro quando disse que sem a santidade e a paz ninguém veria o Senhor?
Se alguém houver cometido um pecado sem solução, Deus certamente o levará. Graças a Deus! Se ainda estamos vivos, há solução. E o arrependimento e a confissão são as asas da graça e da fé que nos mantém vivos, no ar, e no chão, no caminho, correndo com a força das águias.
O verdadeiro louvor canta salmos de gratidão a Deus e concede graça aos que ouvem. Talvez seja esse o sentimento maior de quem encontra habitação na casa do Senhor, a gratidão. Se eu sou grato a Deus, satisfeito com a obra completa de Jesus, na cruz, em meu favor, e contente com a operação da unidade da fé na diversidade da igreja, então, para que pecar? E se o coração falseia, para que continuar no pecado? É Deus quem me justifica, e a igreja é quem, justificada, me recebe para restauração.
Você conhece aquela do homem que pulou da ponte, no rio Tietê, para alcançar um barco e salvar um menino da ameaça das águas? Pois é, o menino era eu. E aquela do Deus que desceu dos céus e, como homem, sofreu os medos de um homem e morreu e ressuscitou para sua redenção. Pois é, esse homem sou eu! É você! Quem poderá nos impedir de continuar na Sua redenção?
(Wadislau Martins Gomes)

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Carta ao Apóstolo Juvenal.


Meu caro Juvenal,


Espero que você se lembre de mim, o Augustus Nicodemus, seu colega de turma do seminário presbiteriano (talvez você se lembre pelo apelido "Brutus" que eu odiava...!). Faz uns 20 anos que não temos contato. Só recentemente consegui seu e-mail, com o Mário, nosso amigo comum.


Desculpe não lhe tratar como "apóstolo". Você sabe, desde os tempos do seminário, que minha opinião é que os apóstolos constituíram um grupo único e exclusivo na história da Igreja e que hoje não existem mais. Qual não foi a minha surpresa quando me deparei com seu programa de televisão e com você se apresentando como "apóstolo" Juvenal! Eu não sabia que você tinha deixado o pastorado em nossa denominação, montado uma comunidade e adquirido esse título de "apóstolo", o qual, como já disse, não consigo reconhecer como legítimo.

Você sabe que para nós, cristãos históricos reformados, os apóstolos de Jesus Cristo tiveram um papel crucial e extremamente relevante na fundação da Igreja cristã. É um cargo, um ofício, tão sério e fundamental, que ver pessoas usando esse título nos dias de hoje causa um grande desconforto, uma profunda perplexidade e tristeza inominável. Não consigo imaginar uma banalização maior do que essa. Não que você seja uma pessoa indigna, pífia, pérfida ou mesquinha -- não se trata disso. Eu sentiria a mesma coisa se o próprio Calvino resolvesse usar esse título para si.

Não sei o que se passou por sua cabeça para que você, que conhece a Bíblia e a história da Igreja, resolvesse virar um "apóstolo" e montar sua própria comunidade. Pelo seu programa de televisão, ficou patente para mim que você adotou os cacoetes, o linguajar e as idéias que são próprias dos outros "apóstolos" que já estão por ai há mais tempo que você. Valendo-me da nossa amizade dos tempos de seminário, resolvi escrever-lhe e tirar as dúvidas, perguntar diretamente a você, para não ficar imaginando coisas.


1) Quem foi que lhe conferiu esse status, Juvenal? Refiro-me ao título de "apóstolo". Nas igrejas históricas ninguém toma para si o cargo, a função e o título de diácono, presbítero, pastor. São títulos concedidos por essas igrejas a pessoas que elas reconhecem como vocacionadas e aptas para a função. Não sei quem lhe conferiu esse título de "apóstolo". Ouvi falar que existe um conselho de apóstolos no Brasil, ligado a outros conselhos similares no exterior, que é quem ordena e investe os apóstolos no Brasil. Mas, pergunto, quem ordenou, investiu e autorizou os membros desse conselho de apóstolos? Em algum momento, chegaremos ao ponto em que alguém se autonomeou apóstolo, já que esse título e ofício deixaram de existir na Igreja Cristã desde o século I. Os apóstolos de Cristo não deixaram sucessores que por sua vez fizessem outros sucessores, numa corrente ininterrupta até os dias de hoje. Só quem reivindica isso é o Papa e nós não aceitamos essa reivindicação -- aliás, esse foi um dos motivos da Reforma protestante ter acontecido. Por isso, considero a utilização do título "apóstolo" hoje como uma usurpação, uma apropriação indevida dentro da Igreja de uma função histórica que não mais existe.


2) Fala sério, Juvenal, você acha mesmo que é um apóstolo? Quando você usa esse título para si, você está se igualando aos Doze Apóstolos e a Paulo, ou simplesmente usa o termo no sentido de "enviado, missionário", que é o sentido básico da palavra no grego? Se for nesse último sentido, fico menos consternado. Há outras pessoas na Bíblia que são referidas como apóstolos, além dos Doze e Paulo, como Tiago, irmão do Senhor (Gálatas 1:19; mas veja 1Coríntios 9:5 onde Paulo distingue entre apóstolos e os irmãos do Senhor) e Barnabé (Atos 14.14). O sentido aqui é quase sempre de enviado de igrejas locais, missionário, para usar o termo mais popular. Todavia, esse uso é secundário e desconhecido pelas igrejas modernas. Quando se fala em "apóstolo", as pessoas imediatamente associam o termo a Pedro, Tiago, João, Paulo, etc. Usar o título "apóstolo" hoje é igualar-se a eles ou, no mínimo, causar confusão na mente das pessoas. Você acredita mesmo que é um apóstolo como Paulo, Pedro, João, Mateus, André, Felipe, etc.?


3) Se você acredita, então minha próxima pergunta é essa: você viu Jesus ressurreto? Ele lhe apareceu e lhe comissionou como apóstolo? Pois foi assim que ele fez com os Doze e com Paulo. Todos eles foram chamados diretamente por Jesus e o viram depois da ressurreição. Se você disser que Jesus lhe apareceu e lhe comissionou, pergunto ainda como fica a declaração de Paulo em 1Coríntios 15:8, "e, afinal, depois de todos, [Cristo] foi visto também por mim, como por um nascido fora de tempo"? Ele está defendendo que Jesus apareceu a várias pessoas, depois da ressurreição, e "afinal, depois de todos" apareceu a ele. Literalmente, no grego, Paulo está dizendo que "por último de todos" (eschaton de pantwn) Cristo apareceu a ele. Ou seja, Paulo entendia que a aparição do Cristo ressurreto a ele era a última de uma seqüência. É assim que os cristãos históricos sempre entenderam. Se a condição para ser apóstolo era ter visto Jesus ressurreto, conforme Pedro declarou (Atos 1:22; veja também 1Coríntios 9:1), então Paulo foi o último apóstolo. Desculpe, não creio que Cristo lhe apareceu no corpo da ressurreição. Se você disser que sim, prefiro acreditar em Paulo, de que ele foi o último.


4) Você acha, sinceramente, que usar esse título de alguma forma vai ajudar a Igreja? Em que sentido? Veja só, grandes líderes da Igreja, através de sua história, pessoas que deram contribuições duradouras na área de teologia, missões, social, nunca buscaram esse título. Nem mesmo aqueles grandes homens de Deus que viveram na época imediatamente após os apóstolos e que foram discípulos deles, como Papias e Policarpo. Outros, como Agostinho, Calvino, Lutero, Wesley, Spurgeon, e os grandes missionários como Carey, jamais arrogaram para si essa designação. Se alguém teria esse direito, depois dos apóstolos, seriam eles, e não pessoas como você e outros que se apropriaram desse título, e cuja contribuição para a Igreja cristã é mínima comparada com a contribuição deles.


5) Outra pergunta. Pelo que entendi, você é o fundador e presidente dessa igreja "Igreja Apostólica Global da Misericórdia de Deus". Como você concilia isso com o fato de que os apóstolos de Cristo não se tornaram donos, presidentes, chefes e proprietários das igrejas locais que eles fundaram? Eles eram apóstolos da Igreja de Cristo, da igreja universal, e não de igrejas locais. A autoridade deles era reconhecida por todos os cristãos de todos os lugares. Aonde eles chegavam eram recebidos como emissários de Cristo, com autoridade designada por ele. A prova disso é que os escritos deles, como os Evangelhos e as cartas, foram recebidos por todas as igrejas como Palavra de Deus e autoritativas em matéria de fé e prática, foram organizadas e colecionadas naquilo que hoje conhecemos como o cânon do Novo Testamento. Pergunto, então: quem reconhece sua autoridade como apóstolo? As igrejas cristãs do Brasil ou somente sua igreja local? Seus escritos, seus sermões -- eles são recebidos como Palavra infalível e autoritativa da parte de Deus em todas as igrejas cristãs ou somente na sua igreja local?


6) Juvenal, pelo que me recordo de você, você sempre foi uma pessoa com dificuldades de relacionamento com as autoridades. Lembra daquela suspensão que você pegou no seminário por desacato ao diretor e ao capelão? Para não mencionar as brigas constantes que você tinha em sala de aula com os professores, não por causa dos conteúdos, mas porque você insistia em questionar, às vezes até zombeteiramente, a autoridade deles em sala de aula. Lembrando-me desse traço da sua personalidade e do seu caráter, até que posso entender o motivo pelo qual você resolveu abandonar o sistema conciliar da nossa denominação e fundar uma outra, onde você é o chefe supremo. Imagino que você não presta contas a ninguém da sua conduta, do que ensina e de como usa os recursos financeiros que arrecada. Afinal de contas, acima dos apóstolos só Jesus Cristo, e pelo que sei, ele não emite nada-consta nessas áreas...


7) Uma última pergunta e depois vou lhe deixar em paz. Você faz os mesmos milagres que os apóstolos fizeram? Não me refiro a curas em massa de pessoas que não têm CPF nem endereço e que foram curadas de males internos como enxaqueca, espinhela caída, pressão alta, etc. Refiro-me à curas daquele tipo efetuadas pelos apóstolos de Cristo, de aleijados, surdos, cegos, paralíticos, cujas deformidades, endereço e identidade eram conhecidos das comunidades. Refiro-me às ressurreições de mortos, como a ressurreição de Dorcas feita por Pedro. Você faz esse tipo de sinais? Os apóstolos não fracassaram nunca quando diziam "em nome de Jesus, levanta-te e anda". O índice de sucesso deles era de 100%. E as curas eram instantâneas e completas. Quem era cego voltava a ver completamente, e não em parte. Aleijados voltavam a andar e a pular. Você faz isso, Juvenal? Você se incomodaria em me deixar participar de uma daquelas reuniões de cura que você anuncia em seu programa, para que eu entrevistasse as pessoas que dizem ter sido curadas? Não me leve a mal, mas é que tem muita charlatanice nesse meio, muita gente que é paga para dar testemunho falso de cura, muitos que pensam que foram curados quando no máximo foram sugestionados nesse sentido. Curas reais e autênticas serão assim comprovadas por laudo médico, exames, etc. Não é que eu não creia em milagres hoje. Eu creio, sim, que Deus cura hoje em resposta às orações. Inclusive, eu mesmo já fui curado em resposta às orações. O que eu não creio é que existam hoje pessoas com o dom apostólico de curar simplesmente pelo comando verbal, e de realizar curas imediatas e completas de aleijados, cegos, surdos, paralíticos, doentes mentais, cancerosos, aidéticos, etc. Esse dom fazia parte do equipamento apostólico e servia como "credenciais do apostolado", conforme Paulo declarou aos coríntios (2Coríntios 12:12). Se você não é capaz de fazer os sinais que os apóstolos faziam, não creio que tenha o direito de se chamar de apóstolo.


Bom, não sei se você vai me responder. Fique à vontade. Eu precisava lhe perguntar essas coisas, para não ficar imaginando no coração que você é um mercenário, uma daquelas pessoas que está disposta a tudo para ganhar poder, espaço e dinheiro, mesmo que seja às custas da credulidade do povo brasileiro e em nome de Deus.


Um abraço,


Augustus

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Rir é coisa séria!!!!





Tipos de pregadores




Há quase 20 anos, fui convidado pela primeira vez para participar de uma agência nacional de pregadores. Um companheiro de púlpito me ofereceu um cartão e disse: “Seria um prazer tê-lo em nossa agência”. Então, lhe perguntei: “Como funciona essa agência?” E a sua resposta me deixou estarrecido: “As igrejas ligam para nós, especificam que tipo de pregador desejam ter em seu evento, e nós cuidamos de tudo. Negociamos um bom cachê”.

É impressionante como o pregador, nos últimos anos, se transformou em um produto. Há alguns meses, depois de eu ter pregado em uma igreja (não me pergunte onde), certo pastor me disse: “Gostei da sua pregação, mas o irmão conhece algum pregador de vigília?” Achei curiosa essa pergunta, pois eu gosto de oração, já preguei várias vezes em vigílias, porém, segundo aquele irmão sugeriu, eu não serviria para pregar em uma vigília!

Em nossos dias — para tristeza do Espírito Santo — pertencer a uma agência de pregadores tornou-se comum e corriqueiro. E os convites para ingressar nessas agências chegam principalmente pela Internet. Nos sites de relacionamento encontramos comunidades pelas quais os internautas mencionam quem é o seu pregador preferido e por quê. Certa jovem, num tópico denominado “O melhor pregador”, declarou: “Não existe ninguém melhor que ninguém; cada um tem a sua maneira de pregar, e cada pessoa avalia segundo o seu gosto”.


Ela tem razão. Ser pregador, hoje em dia, não basta. Você tem de atender às preferências do povo. Já ouvi irmãos conversando e dizendo: “Fulano é um ótimo pregador, mas não é pregador de congresso” ou “Fulano tem muito conhecimento, mas não gosta do reteté”.
Conheçamos alguns tipos de pregador e seus públicos-alvo:


Pregador humorista. Diverte muito o seu público-alvo. Tem habilidade para contar fatos anedóticos (ou piadas mesmo) e fazer imitações. Ele é como o famoso humorista do gênero stand-up comedy Chris Rock. De vez em quando cita versículos. Mas os seus admiradores não estão interessados em ouvir citações bíblicas. Isso, para eles, é secundário.


Pregador de vigília. Também é conhecido como pregador do reteté. Aparenta ter muita espiritualidade, mas em geral não gosta da Bíblia, principalmente por causa de 1 Coríntios 14, especialmente os versículos 37 e 40: “Se alguém cuida ser espiritual, reconheça que as coisas que vos escrevo são mandamentos do Senhor… faça-se tudo decentemente e com ordem”. Quando ele vê alguém manejando bem a Palavra da verdade (2 Tm 2.15), considera-o frio e sem unção. Ignora que o expoente que agrada a Deus precisa crescer na graça e no conhecimento (2 Pe 3.18; Jo 1.14; Mt 22.29). Seu público parece embriagado e é capaz de fazer tudo o que ele mandar.


Pregador de congresso. Anda de mãos dadas com o pregador de vigília, mas é mais famoso. Segundo os admiradores dessa modalidade, trata-se do pregador que tem presença de palco e muita “unção”. Também conhecido como pregador malabarista ou animador de auditórios, fica o tempo todo mandando o seu público repetir isso e aquilo, apertar a mão do irmão ao lado, beliscá-lo… Se for preciso, gira o paletó sobre a cabeça, joga-o no chão, esgoela-se, faz gestos que lembram golpes de artes marciais… Exposição bíblica que é bom… quase nada!


Pregador de congresso agressivo. É aquele que tem as mesmas características do pregador acima, mas com uma “qualidade” a mais. Quando percebe que há no púlpito alguém que não repete os seus bordões, passa a atacá-lo indiretamente. Suas principais provocações são: “Tem obreiro com cara de delegado”, “Hoje a sua máscara vai cair, fariseu”, “Você tem cara amarrada, mas você é minoria”. Estas frases levam o seu fanático público ao delírio, e ele se satisfaz em humilhar as pessoas que não concordam com a sua postura espalhafatosa.


Pregador popstar. Seu pregador-modelo é o show-manBenny Hinn, e não o Senhor Jesus. É um tipo de pregador admirado por milhares de pessoas. Já superou o pregador de congresso. É um verdadeiro artista. Veste-se como um astro; sua roupa é reluzente. Ele, em si, chama mais a atenção que a sua pregação. Seus admiradores, verdadeiros fãs, são capazes de dar a vida pelo seu pregador-ídolo. Eles não se importam com as heresias e modismos dele. Trata-se de um público que supervaloriza o carisma, em detrimento do caráter.


Pregador milagreiro. Também tem como paradigma Benny Hinn, mas consegue superar o seu ídolo. Sua exegese é sofrível. Baseia-se, por exemplo, em 1 Coríntios 1.25, para pregar sobre “a unção da loucura de Deus”.Cativa e domina o seu público, que, aliás, não está interessado em ouvir uma exposição bíblica. O que mais deseja é ver sinais, como pessoas lançadas ao chão supostamente pelo poder de Deus e fenômenos controversos. Em geral, o pregador milagreiro, além de ilusionista e “poderoso” (Dt 13.1-4), é aético e sem educação. Mesmo assim, ainda que xingue ou ameace os que se opõem às suas sandices e invencionices, o seu público é fiel e sempre diz “aleluia”.


Pregador contador de histórias. Conta histórias como ninguém, mas não respeita as narrativas bíblicas, acrescentando-lhes pormenores que comprometem a sã doutrina. Costuma contextualizar o texto sagrado ao extremo. Ouvi certa vez um famoso pregador dizendo: “Absalão, com os seus longos cabelos, montou na sua motoca e vruuum…” Seu público — diferentemente dos bereanos, que examinavam “cada dia nas Escrituras se estas coisas eram assim” (At 17.11) — recebe de bom grado histórias extrabíblicas e antibíblicas.


Pregador cantante. Indeciso quanto à sua chamada. Costuma cantar dois ou três hinos (hinos?) antes da pregação e outro no meio dela. Ao final, canta mais um. Seu público gosta dessa “versatilidade” e comemora: “Esse irmão é uma bênção! Prega e canta”. Na verdade, ele não faz nenhuma das duas coisas bem.


Pregador massagista. É hábil em dizer palavras que massageiam os egos e agradam os ouvidos (2 Tm 4.1-5). Procura agradar a todos porque a sua principal motivação é o dinheiro. Ele não tem outra mensagem, a não ser“vitória”, principalmente a financeira. Talvez seja o tipo de pregador com maior público, ao lado dos pregadores humorista, popstar e milagreiro.
Pregador sem graça. É aquele que não tem a graça de Deus (At 4.33). Sua pregação tem bastante conteúdo, mas é como uma espada: comprida e chata (maçante, enfadonha). Mas até esse tipo de pregador tem o seu público, formado pelos irmãos que gostam de dormir ou conversar durante a pregação.


Pregador chamado por Deus (1 Tm 2.7). Prega a Palavra de Deus com verdade. Estuda a Bíblia diariamente. Ora. Jejua. É verdadeiramente espiritual. Tem compromisso com o Deus da Palavra e com a Palavra de Deus. Seu paradigma é o Senhor Jesus Cristo, o maior pregador que já andou na terra. Ele não prega para agradar ou agredir pessoas, e sim para cumprir o seu chamado. Seu público — que não é a maioria, posto que são poucos os fiéis (Sl 12.1; 101.6) — sabe que ele é um profeta de Deus. Esse tipo de pregador está em falta em nossos dias, mas não chama muito a atenção das agências de pregadores. A bem da verdade, estas também sabem que nunca poderão contar com ele…


Qual é a sua modalidade preferida, prezado leitor? Você pertence a qual público? E você, pregador, qual dos perfis apresentados mais lhe agrada?

Por: Pr. Ciro Sanches Zibordi

quinta-feira, 16 de julho de 2009

A Arte de Ouvir


A Arte de Ouvir
Texto para reflexão: Sejam todos prontos para ouvir, tardios para falar e tardios para irar-se. (Tiago 1.19)

Ouvir é “fazer um esforço consciente para escutar”. É “prestar atenção” a outra pessoa. O que pode parecer um gesto ou atitude simples, na verdade é uma arte a ser aprendida e desenvolvida.

Muitos dos problemas e dificuldades que enfrentamos no dia a dia de nossos relacionamentos têm estão diretamente relacionados com o fato de sermos deficientes em nosso ouvir, não no fator físico, mas no relacional.

Muitos comportamentos que geram distância entre pessoas têm a ver com o fato de as pessoas se sentirem ignoradas, como se os pensamentos que expressam não fossem importantes o bastante para que alguém lhes preste a devida atenção.

Existe um provérbio da tribo Cherokee (índios nativos da América do Norte) que diz: “Ouça os murmúrios para não ter de ouvir os gritos”. Este provérbio traduz o comportamento de muitas pessoas ante ao estresse de não serem ouvidas.

Este não é um problema de poucos. Vivemos em uma sociedade cheia de ruídos e para sermos ouvidos precisamos gritar alto. Estamos sempre prontos para falar, mas geralmente estamos sempre muito ocupados para ouvir.

Particularmente, esse tem sido um esforço que tenho feito, pois apesar de ser pastor e estar acostumado a ouvir as pessoas eu também estou sempre mais disposto a falar do que ouvir!

Entretanto, quando observo atentamente o comportamento de pessoas que sabem escutar e os resultados destas atitudes posso aferir algumas verdades que me saltam aos olhos:

I – OUVIR DEMONSTRA RESPEITO.

Lembro-me de uma senhora viúva de muita idade que freqüentava a minha comunidade cristã há alguns anos atrás. Todos os domingos ela sentava no mesmo banco da igreja e como morava na casa ao lado era uma das primeiras a chegar. Havia também uma moça muito jovem que todos os domingos sentava ao lado da velha senhora, segurava-lhe a mão e ouvia suas histórias antes do culto começar. Era incrível perceber o quanto isso fazia bem para aquela solitária senhora.

Vivemos num mundo onde se acredita que o importante é impressionar bem as outras pessoas. Daí muito da superficialidade dos relacionamentos.

Antes de querer parecer alguém impressionante e interessante, seja alguém interessado. Demonstre isso. Uma das atitudes mais difíceis no relacionamento com alguém é quando no processo de comunicar-se com o outro, você percebe que não tem a atenção dela.

Olhe para quem está falando com você. O advogado, professor e autor Herb Cohen disse: “A escuta efetiva exige mais do que ouvir as palavras transmitidas. Ela requer que você encontre significado e compreenda o que está sendo dito. Afinal, os significados não estão nas palavras, mas nas pessoas”.

Quando você não ouve o que uma pessoa está dizendo, você está dizendo: “essa pessoa não têm importância”. O escritor Jim Rohn afirmou: “Um dos maiores presentes que se pode dar a uma pessoa é a atenção”.

II – OUVIR AJUDA A DESENVOLVER RELACIONAMENTOS SAUDÁVEIS.

Quando as pessoas deixam de ouvir umas às outras, raramente os relacionamentos se desenvolvem ou se enriquecem ou se aprofundam. Por isso muitos mal-entendidos acontecem, o trabalho em equipe é deficiente e os erros de comunicação são freqüentes.

Muitos dos distanciamentos nos relacionamentos são frutos da pouca sensibilidade em ouvir. O escritor Brian Tracy afirma: “Saber ouvir estabelece um vínculo de confiança, que é o fundamento de todos os relacionamentos duradouros”.

Quando não estamos dispostos a ouvirmos uns aos outros não somos capazes de adquirir e desenvolver a confiança mútua, que é fator essencial no desenvolvimento de relacionamentos saudáveis.

Desenvolver a capacidade de ouvir, procurando entender as pessoas, o que se passa em seu coração, tendo sensibilidade em relação aos sonhos, desejos e esperanças das pessoas torna-se elemento essencial ao estabelecimento de um vínculo de confiança mútua.

Quase todos já interrompemos alguém que estava nos dizendo algo, falando de uma situação, contando uma história, ou expressando uma opinião ou sentimento. Ao fazê-lo, podemos deixar de ouvir o que de mais importante ouviríamos da outra pessoa. Odeio quando faço isso!

E o que dizer de relacionamentos em que uma das partes não sabe ouvir senão aquilo que deseja ouvir? Como é difícil relacionar-se com alguém que pensa que sabe todas as repostas. John Maxwell escreveu: “É quase impossível pensar em si como “o especialista” e continuar crescendo e aprendendo ao mesmo tempo. Todos os grandes aprendizes são grandes ouvintes”.

Se você quer desenvolver relacionamentos saudáveis e crescer nesses relacionamentos creia: nada do que você disser hoje o ajudará a aprender coisa alguma ou, em outras palavras: Você não está aprendendo nada enquanto estiver falando. Se você deseja aprender algo, esteja disposto a ouvir. Aprendemos quando ouvimos!

Concluindo

Você sabe qual é o segredo para o sucesso de um empreendimento? Ouvir o seu público alvo! Somente quando ouvimos aqueles que estão a nossa volta somos capazes de identificarmos o caminho para conquistar o cliente. Isso vale para todas as áreas de nossa vida.

A atitude de ouvir seu público alvo é uma atitude sabia na buscar de novas idéias para o seu negócio. Lee Iacocca, ex-presidente da Chrysler afirmou: “Saber ouvir pode fazer a diferença entre uma empresa grande e outra medíocre”.

Não é a toa que no manual do fabricante de todo o ser humano (Bíblia Sagrada) encontramos a recomendação: “Sejam todos prontos para ouvir, tardios para falar e tardios para irar-se” (Tiago 1:19).

Acredite nisso. Vale a pena!

sábado, 11 de julho de 2009

Um coração agradecido é um coração feliz!




Um coração agradecido é um coração mais feliz. Pessoas que desenvolvem a capacidade de reconhecer as bênçãos de Deus são mais satisfeitas do que aquelas que não as percebem. E pessoas que costumam expressar gratidão umas as outras são mais amáveis e naturalmente mais amadas.

Entretanto, a gratidão é uma virtude rara nos dias de hoje. Basta pensarmos um pouco: há quanto tempo você não dedica um tempo especial para agradecer a Deus pelas bênçãos que recebe de suas mãos?

A maioria das pessoas está sempre pronta para pedir, pedir e pedir. Não que não possamos pedir. O próprio Jesus disse aos seus discípulos:

"Peçam, e lhes será dado; busquem, e encontrarão; batam, e a porta lhes será aberta. Pois todo o que pede, recebe; o que busca, encontra; e àquele que bate, a porta será aberta". Mateus 7.7

Entretanto, poucos se lembram de agradecer aquilo que já receberam de Deus: o emprego que nos garante o sustento, a família que nos dá segurança, o pão de cada dia, a saúde que nos permite trabalhar, e tantas outras coisas que na correria do dia a dia passam despercebidas.

Também são poucos os que cultivam o hábito de agradecer aqueles que estão sempre nos servindo: o amigo que esteve ao nosso lado em um momento difícil; o vendedor que nos dedicou atenção em uma loja; o porteiro que abre o portão quando chegamos em casa, o garçom que nos atende em um restaurante.

A Razão da ingratidão

1º. A cultura do consumismo

A gratidão é uma virtude rara quando vivemos em uma cultura que nos impulsiona ao consumo exagerado e nos dá a sensação de que está sempre faltando alguma coisa em nossa vida.

Somos bombardeados diariamente por muitas propagandas tentando nos convencer que o celular que compramos há menos de um ano já está ultrapassado, que o carro do nosso vizinho é melhor do que o nosso, e que precisamos de um monte de coisa que na verdade não usamos nunca. E a sensação de que sempre nos falta alguma coisa faz com que deixemos de agradecer a Deus pelas coisas que não nos faltam.

2º. Uma sociedade hierarquizada

A gratidão é também uma virtude rara quando vivemos em uma sociedade que nos pressiona a produzir mais e sermos melhores do que os outros.

A sociedade brasileira, desde seus primórdios, foi formada sobre as bases da hierarquia enquanto outros países foram construídos com ideais mais igualitários. Isso gerou em nossa cultura o sentimento equivocado de que as pessoas que ocupam uma posição econômica ou profissional inferior devem servir os que ocupam posições hierárquicas superiores. Neste contexto a gratidão não tem espaço, pois o que rege o pensamento das pessoas é que servir é uma obrigação. Assim, as pessoas são medidas não pelo que elas são, mas pelo que elas têm ou pela posição que elas ocupam na sociedade.

A Gratidão é uma Virtude

Mas a gratidão é uma virtude que deve ser cultivada em nosso coração. Primeiramente em relação a Deus e também em relação ao próximo. A gratidão é o ato de reconhecimento de uma pessoa por alguém que lhe prestou um benefício, um auxílio, um favor etc. É uma emoção, que envolve um sentimento de dívida emotiva em direção de outra pessoa;

No contexto da espiritualidade, a gratidão está diretamente relacionada com a consciência da bondade e do amor de Deus: "Dêem graças ao SENHOR, porque ele é bom. O seu amor dura para sempre". Salmo 136.1

Segundo o Salmo Deus é bom. Assim como um bom pai cuida de seus filhos, Deus também cuida de nós. Um bom pai nem sempre satisfaz todos os desejos de seus filhos, mas ele certamente se preocupa em suprir as necessidades deles.

O salmista também diz que o amor de Deus dura para sempre. Este amor eterno de Deus por nós teve sua maior prova no fato dele enviar seu filho Jesus ao mundo e estender a possibilidade de reconciliação a todos nós.

"Porque Deus tanto amou o mundo que deu o seu Filho Unigênito, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna". João 3.16

Diante desta prova de amor deveríamos ser mais agradecidos a Deus. Quando desenvolvemos a virtude da gratidão a Deus somos movidos por Ele a sermos mais gratos uns aos outros. Somos também motivados a redimensionar a maneira como enxergamos as outras pessoas e a lidar melhor com aquele sentimento de que sempre nos falta alguma coisa. E pessoas gratas a Deus tratam melhor os outros:

"Assim, em tudo, façam aos outros o que vocês querem que eles lhes façam". Mateus 7.12.

Experimente começar ou terminar o seu dia agradecendo a Deus pelo cuidado que ele tem por você. A virtude da gratidão se alcança com o exercício dela. Agradeça a Deus por mais um dia de vida, pelo pão, por sua família, por seu emprego, pelo perdão... Você descobrirá que tem mais motivos de gratidão do que imagina.

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Rir é coisa Séria





Lidando com a crítica




Um dos passatempos que mais gostava e admirava durante vário anos era cuidar de um aquário de água salgada que ele possuía. Ele curtia cuidar dos peixes, da lagosta, do cavalo marinho, e dos camarões. Ele ficava observando o seu aquário por algum tempo e isso lhe trazia uma sensação de conforto e tranqüilidade.

Um dia, após voltar de uma viagem de férias, deparei-me com uma cena catastrófica. Embora tivesse tomado todos os cuidados necessários, uma oscilação de energia havia provocado a queima o equipamento que mantinha a temperatura da água em condições ideais, e os peixes e toda a vida marinha ali existente havia se perdido.

Pode parecer simples, mas tive muita dificuldade de aceitar aquela realidade: situações negativas são sempre possibilidades na vida. Viver em sociedade é como viver em um “aquário”. Estamos sempre expostos àqueles com quem vivemos, convivemos ou nos relacionamos. Esta exposição por sua vez nos faz experimentar uma realidade: a crítica!

Aristóteles chega a dizer que “A crítica é algo que você evita com facilidade. É só não falar nada, não fazer nada, e não ser nada”.

Tenho certeza de que você costuma enfrentar críticas em sua vida diária. Pode ser o seu chefe no trabalho, sempre insatisfeito com você. Às vezes são os pais reclamando de seus filhos: a roupa, o cabelo, o quarto, a atitude. Por outras vezes pode ser seu cônjuge, para quem você nunca faz o suficiente.

Isto nos expõe a uma constatação: nunca somos suficientemente bons.

Ouso fazer sugestões na expectativa de que elas nos ajudem a lidar com a crítica a que todos estamos expostos em nosso dia a dia:

Seja Realista – Saiba ouvir quando ela vale a pena.
Isto nos desafia a procurar uma busca de si mesmo, de forma clara e realista. O que acontece, normalmente, é que o que eu mais preciso ouvir é o que eu menos desejo escutar.

Salomão, o grande Rei de Israel diz: “Aquele que aceita a repreensão justa andará na companhia dos sábios. Quem rejeita conselhos prejudica a si mesmo (faz pouco caso de si mesmo), mas quem aceita a correção fica mais sábio”. (Provérbios 15.31 e 2)

Certas críticas são, de fato, úteis e importantes. Às vezes, são pessoas que realmente se importam conosco o suficiente para correr riscos em fazer uma crítica. A crítica que fazem é construtiva.

O problema é que, como alguém já disse: “A crítica construtiva é quando eu critico você, e a destrutiva é quando você me critica”. Fazer-se surdo as críticas pode levá-lo a perder uma ótima oportunidade de crescimento.

Analise a fonte da crítica. Quem o criticou?
“É especialmente útil compreender quem é seu crítico quando se trata de uma pessoa emocionalmente doente ou marcada. Isto é fato: pessoas magoadas magoam as pessoas. Elas costumam não gostar de si mesmas, por isso censuram as outras, num esforço mal orientado de legitimar suas atitudes”. (Graig Groeschel)

Por isso, se uma pessoa ferida ou adoecida lançar uma crítica em sua direção, exercite a compreensão. Ignore a crítica e ame aquele que o censura em meio à dor pela qual ele passa.

Não obstante, críticas dolorosas ou adversas, vindas de uma pessoa sábia são mais desejáveis do que a aprovação entusiasmada de todos. A origem faz a diferença.

Portanto, seja responsável. Quando a crítica procede, é legítima, é precisa, tenha a responsabilidade de agir, tomar uma atitude, mudar, crescer.

Seja maduro – Aceite-se como você é

“A coisa mais fácil de ser neste mundo é ser você mesmo. A coisa mais difícil de ser neste mundo é aquilo que os outros querem que você seja. Não permita que coloquem você nesta situação”. (Leo Buscaglia)

Você será a melhor pessoa que pode ser quando você for você mesmo.

Aceitar-se é um sinal de maturidade. Se você se preocupa excessivamente com que os outros pensam a seu respeito, é porque acredita mais na opinião deles do que na sua.

Ser o que você realmente é consiste no primeiro passo para se tornar ainda melhor. Essa consciência trará a você a disposição de se desenvolver e mudar.

O psicólogo Carl Rogers disse: “O paradoxo curioso é que, quando me aceito assim como sou, então posso mudar”.

A auto-rejeição constrói distorções e deformações no ser humano. Alguém já disse que o elogio e a crítica são janelas para o coração, ou seja, os elogios e as críticas que fazemos podem revelar muito a nosso respeito.

Elogiamos aquilo que mais valorizamos, assim como nossas críticas costumam revelar nossas maiores inseguranças.

Concluindo,

O que determina como vou reagir quando recebo uma crítica, sendo ela legítima ou não, é a minha atitude. Posso crescer a partir dela ou permitir que ela me faça sofrer.

Não se esqueça: “não dá para agradar a todos, mas é possível agradar a Deus”.

“Deus ajudará você a ser tudo quanto é capaz de ser, mas ele nunca permitirá que você seja bem-sucedido se tentar ser outra pessoa”. (Joyce Mayer) a que o Senhor projetou para você. Viva, portanto, a sua própria vida e não a dos outros”. (Débora Freire, psicóloga).

Deus o abençoe,

quinta-feira, 2 de julho de 2009

EBF/2009


Irmaos, a EBF/2009 está uma bênçao!!!!!
Tivemos no primeiro dia cerca de 220 crianças.
Se vc nao pode estar na igreja no horário da EBF, fique em oraçao.
Ore pelos professores, monitores, e também para que nenhuma criança se machuque.
Ore para que o Espírito Santo toque no coraçao de cda criança.
Que Deus nos abençoe!!!!!

Lidando com a perda.


Lidando com a perda

Quem já não sofreu por amor? Quem já não experimentou o fim de um relacionamento? Este é sem dúvidas um assunto que pode tocar em feridas que ainda não foram completamente cicatrizadas, mas é algo que faz parte integrante de nossa vida. Certamente, quase que todos nós já experimentamos um amor não correspondido, ou não correspondemos a um amor que recebemos. Se por um lado, amar e ser amado são experiências que desejamos vivenciar, por outro, quase todos nós já sabemos muito bem o que é amar e deixar de ser amado, ou amar e deixar de amar!

Existem duas situações de perda as quais todos nós estamos sujeitos: Morte e Rompimento. E estas são experiências que geram dores profundas em nossa alma e os sentimentos de impotência, medo, culpa, desconfiança, além de muitos outros reflexos. Como lidar com as perdas quando elas surgem como um terremoto em nossa vida? Como continuar vivendo quando somos atingidos pelos ventos tempestuosos de um rompimento?

Duas Verdades Bíblicas

A sabedoria Bíblica nos apresenta duas verdades muito importantes que podem nos ajudar a reorganizar a nossa mente quando enfrentamos as perdas. A primeira delas é que Não era para ser assim! A morte e a destruição dos relacionamentos não faziam parte do projeto inicial de Deus para a humanidade. Eles são conseqüências imediatas da desconexão que houve entre o ser humano e o Criador. A partir do momento em que o ser humano puxou o cabo de energia da tomada, ou seja, se desconectou de Deus, nós passamos a experimentar aquilo que é comum a tudo o que está desligado da fonte de energia e vida: Degeneração e Morte! E os nossos relacionamentos não estão isentos disto.

A segunda verdade nos traz esperança: Jesus veio ao mundo consertar isso tudo! O Apóstolo Paulo explica que “Se alguém está em Cristo, é nova criação. As coisas antigas já passaram; eis que surgiram coisas novas! Tudo isso provém de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por meio de Cristo...”, 2 Coríntios 5.17-18. Através de Jesus somos re-conectados com a fonte da vida e assim podemos ter esperança de reconstruir tudo àquilo que um dia foi destruído dentro de nós. Isto é espiritualidade!

"Para as pessoas que têm uma vivência de espiritualidade, é muito mais fácil lidar com as perdas – seja a perda do outro, seja a perda da sua própria vida – do que para aquelas pessoas que não têm vivência de espiritualidade." Evaldo d'Assumpção, especialista em tanatologia - a ciência que estuda a morte e se dedica à valorização da vida.

Uma vez que somos motivados pela esperança de que Deus pode fazer novas todas as coisas em nossa vida, precisamos aprender a dar tempo ao tempo, pois como bem diziam as nossas avós: “O tempo é o melhor remédio!”.

"O tempo, e somente o tempo, permite que a nossa mente se rearranje. É como se nós precisássemos de um tempo para voltar a cair na real. Cair na real significa o seguinte: a morte existe, as perdas existem, mas eu tenho que continuar vivendo a despeito das perdas", explica o especialista Evaldo d'Assumpção.

A Analogia do Terremoto.

O rompimento de um relacionamento ou a morte de alguém que amamos pode ser muito bem comparado a um terremoto em nossa vida. A maneira como lidamos com as catástrofes naturais é um bom exemplo de como podemos também lidar com as perdas sob a perspectiva do tempo e da espiritualidade cristã. Uma catástrofe é geralmente enfrentada em pelo menos 4 fases distintas:

1ª Fase: A Destruição: não tem muito que ser feito. Neste momento o que vale é o “salve-se quem puder!”. Esta é a hora em que devemos lutar pela vida! É quando o mundo desaba sobre nossas cabeças. Não dá para tirar conclusões, não dá para pensar no que fazer, é o momento mais difícil, é o momento de lutar. Então, lute enquanto tiver forças!

2ª Fase: O Resgate: é o momento em que as equipes de socorro buscam sobreviventes e só retiram dos escombros aqueles pedaços de entulho que permitem criar espaço para retirar os que ainda vivem. Esta é a hora de gritar por socorro! Quando experimentamos a dor das perdas precisamos por para fora nossos sentimentos conforme explica o Dr. Assumpção: "Se tiver que gritar, eu grito. Se tiver que chorar, eu choro. Se tiver que sapatear, eu sapateio. Agora, eu tenho uma frase: emoção sem expressão vira depressão. E depressão mata." Então, grite por socorro!

3ª Fase: A Operação rescaldo: é o momento da limpeza da área afetada depois de todos sobreviventes terem sidos levados para um lugar seguro. Esta é a hora de se deixar cuidar! É o momento de se livrar dos traumas que carregamos quando sofremos a dor da perda. Neste momento precisamos de Deus, e de pessoas qualificadas que possam nos ajudar a superar a dor. Então, procure ajuda!

4ª. Fase: A Reconstrução: é o momento em que a esperança se renova, pois os entulhos foram retirados e estamos prontos para reconstruir! Esta é a hora de reconstruir a vida e continuar vivendo! Agora as feridas estão curadas, as cicatrizes não doem mais e podemos tocar a vida. Então, reconstrua!

Precisamos de tempo para passar por todas estas fases. Precisamos também de Cristo que pode fazer novas todas as coisas em nossa vida. Se você um dia experimentar o mundo desabando sobre sua cabeça lembre-se dessa nossa conversa!

Adrien Bausells