quarta-feira, 13 de outubro de 2010



“Ele envia as suas ordens à terra, e sua palavra corre velozmente; dá a neve como lã e espalha a geada como cinza. Ele arroja o seu gelo em migalhas; quem resiste ao seu frio? Manda a sua palavra e o derrete; faz soprar o vento, e as águas correm. Mostra a sua palavra a Jacó, as suas leis e os seus preceitos, a Israel.”
(Salmo 147.15 – 19)

A campanha eleitoral para Presidente da República colocou na pauta do dia a discussão sobre política, religião e valores morais. Há quem diga que religião e valores morais são questões de fórum íntimo e que jamais deveriam ser o norte legislativo de uma nação laica, democrática e plural. Vivemos numa época em que a Bíblia é rejeitada como a autoridade para o estado e para a sociedade. Entretanto, como bem afirmou o político calvinista holandês Abraham Kuyper, “as Santas Escrituras não somente fazem-nos encontrar a justificação pela fé, mas também mostram o fundamento de toda vida humana, as santas ordenanças que devem governar toda existência humana na Sociedade e no Estado”. O mundo em que nós vivemos não é resultado de uma colisão de átomos que aconteceu por acaso. O mundo foi criado por um ser inteligente e por isso mesmo ele tem uma ordem inteligível. Toda a vida neste mundo carrega dentro de si uma lei que regula a sua existência E qualquer sociedade que vive neste mundo será mais saudável e mais feliz na medida em que descobrir e viver com base nesta lei.

A convicção cristã é a de que a esfera física e a esfera moral são apenas duas esferas de uma mesma ordem universal estabelecida por Deus na criação. No Salmo 147.15 – 19, o salmista fala quase num só fôlego de Deus espalhando a neve como lã e revelando suas leis e decretos a Jacó, sugerindo que não existe diferença essencial entre as leis de Deus para a natureza e os seus preceitos morais dados ao ser humano. Devemos nossa existência ao Deus Santo, cujo caráter é o padrão de toda a retidão, a medida de toda a moralidade. Portanto, a sociedade estruturada com base na lei moral do Senhor terá mais chances de funcionar melhor. Além disso, o Criador revelou um padrão objetivo e imutável de verdade e moralidade para todas as pessoas que pode ser encontrado de maneira proposicional na Bíblia.

Nós entenderemos melhor este princípio se pensarmos nas leis que regulam a vida no mundo físico. Nós sabemos que existem certas leis que regulam a vida no mundo físico. E se nós vivermos neste mundo ignorando e desafiando estas leis da física, haveremos de pagar um preço muito alto. Seria uma grande tolice viver neste mundo criado por Deus ignorando e desfiando, por exemplo, a lei da gravidade. Não é diferente com a lei moral que Deus prescreveu para regulamentar o comportamento humano no mundo que criou. Assim como certas ações físicas produzem resultados previsíveis, assim também certas ações morais produzem conseqüências previsíveis.

Por exemplo, o adultério é retratado nas telenovelas como algo desejável e até com certo glamour. Muitas vezes o adultério é apresentado como um caminho viável para a felicidade. Mas a despeito de tudo isso, por causa da lei moral que regulamenta a vida neste mundo, o adultério inevitavelmente continua produzindo raiva, ciúme, ressentimentos, discórdia, violência, e etc.

Desafiar a lei moral que regula a vida neste mundo será sempre algo desastroso para a sociedade. Como é desastroso um motorista bêbado que mata no trânsito, um comerciante fraudulento que comercializa produtos adulterados, um político corrupto que desvia o dinheiro público em benefício pessoal ou um viciado em drogas que contrai e espalha o vírus HIV. Enfim, se desejarmos uma sociedade brasileira mais saudável e feliz não poderemos ignorar os preceitos morais por meio dos quais Deus mesmo estruturou a vida neste mundo.
Rev. Paulo Ribeiro Fontes

Nenhum comentário: