segunda-feira, 24 de maio de 2010

Pecado, culpa, graça e fé.


“Sobreveio a lei para que avultasse a ofensa; mas onde
abundou o pecado, superabundou a graça” (Romanos 5.20)

O grande pastor que serviu a Rainha da Inglaterra no Século XX, foi o Rev Dr John Stott. Em seu comentário sobre o livro de Romanos, este pastor escreveu: “até aqui Paulo apresentou um panorama da extensão universal do pecado e da culpa dos homens, bem como da gloriosa suficiência da graça justificadora de Deus em e através de Cristo. Assim ele nos levou em duas direções: desceu às profundezas da depravação humana e subiu às alturas da misericórdia divina. Por um lado demonstrou que ‘tanto judeus como gentios estão debaixo do pecado’ (Rm 3.9) e, por outro lado, declarou que Abraão é ‘o pai de todos nós’ através da fé (Rm 4.16). Surgem assim duas comunidades, uma caracterizada pelo pecado e culpa, e a outra pela graça e a fé”.
Esta é uma das grandes questões da Reforma Protestante. O pecado e a culpa que exaltados pelo legalismo e dominação dos dogmas católicos romanos, exigiam no Século XVI uma expiação de culpa pelas obras e indulgências. A graça de Deus e a fé como resultado dela, eram colocados em um plano inferior quando o assunto era o perdão. Assim a Reforma Protestante vem resgatar a importância da Graça e da Fé na vida daqueles que experimentam a salvação em Jesus Cristo.
O reino da morte, representado por Adão é agora confrontado pela presença do reino da vida encarnado em Jesus Cristo. A vinda de Jesus revela a impureza do homem e ao mesmo tempo faz brilhar a santidade de Deus em Cristo.
Como disse o Dr John Stott, surgem duas comunidades na vinda de Cristo, e elas não estão delimitadas pela raça, estabelecendo a dicotomia; judeus ou gentios. Em Cristo as duas comunidades que surgem são caracterizadas pelo pecado e culpa ou pela graça e fé. A comunidade do pecado e da culpa não consegue ver a graça de Deus, não experimenta a alegria da fé. Seu fardo é pesado, sua carga é sobre-humana e conduz o indivíduo a uma vida de sofrimento, dor, angústia e desesperança. As pessoas desta comunidade serão sempre cercadas pelos muros do preconceito, da perseguição e jamais conseguirão, através de suas obras, alcançar o oásis para saciar sua sede espiritual. Por outro lado, encontramos a comunidade da graça e da fé. Estes reconhecem que tudo o que são e têm é fruto do amor e da misericórdia de Deus. O cidadão do reino da vida de Jesus Cristo é alguém que vive para a glória de Deus. É um ser vocacionado para as boas obras, não como objeto de troca com o divino, mas como manifestação do seu amor ao próximo de sua gratidão para com Deus.
Que Deus nos dê a alegria de ver a comunidade da graça e da fé ao nosso lado, como irmãos de caminhada na comunhão dos santos, para a glória de Deus.
Que Deus nos abençoe.


Autor : Rev. Leonardo Sahium

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