quinta-feira, 2 de julho de 2009
Lidando com a perda.
Lidando com a perda
Quem já não sofreu por amor? Quem já não experimentou o fim de um relacionamento? Este é sem dúvidas um assunto que pode tocar em feridas que ainda não foram completamente cicatrizadas, mas é algo que faz parte integrante de nossa vida. Certamente, quase que todos nós já experimentamos um amor não correspondido, ou não correspondemos a um amor que recebemos. Se por um lado, amar e ser amado são experiências que desejamos vivenciar, por outro, quase todos nós já sabemos muito bem o que é amar e deixar de ser amado, ou amar e deixar de amar!
Existem duas situações de perda as quais todos nós estamos sujeitos: Morte e Rompimento. E estas são experiências que geram dores profundas em nossa alma e os sentimentos de impotência, medo, culpa, desconfiança, além de muitos outros reflexos. Como lidar com as perdas quando elas surgem como um terremoto em nossa vida? Como continuar vivendo quando somos atingidos pelos ventos tempestuosos de um rompimento?
Duas Verdades Bíblicas
A sabedoria Bíblica nos apresenta duas verdades muito importantes que podem nos ajudar a reorganizar a nossa mente quando enfrentamos as perdas. A primeira delas é que Não era para ser assim! A morte e a destruição dos relacionamentos não faziam parte do projeto inicial de Deus para a humanidade. Eles são conseqüências imediatas da desconexão que houve entre o ser humano e o Criador. A partir do momento em que o ser humano puxou o cabo de energia da tomada, ou seja, se desconectou de Deus, nós passamos a experimentar aquilo que é comum a tudo o que está desligado da fonte de energia e vida: Degeneração e Morte! E os nossos relacionamentos não estão isentos disto.
A segunda verdade nos traz esperança: Jesus veio ao mundo consertar isso tudo! O Apóstolo Paulo explica que “Se alguém está em Cristo, é nova criação. As coisas antigas já passaram; eis que surgiram coisas novas! Tudo isso provém de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por meio de Cristo...”, 2 Coríntios 5.17-18. Através de Jesus somos re-conectados com a fonte da vida e assim podemos ter esperança de reconstruir tudo àquilo que um dia foi destruído dentro de nós. Isto é espiritualidade!
"Para as pessoas que têm uma vivência de espiritualidade, é muito mais fácil lidar com as perdas – seja a perda do outro, seja a perda da sua própria vida – do que para aquelas pessoas que não têm vivência de espiritualidade." Evaldo d'Assumpção, especialista em tanatologia - a ciência que estuda a morte e se dedica à valorização da vida.
Uma vez que somos motivados pela esperança de que Deus pode fazer novas todas as coisas em nossa vida, precisamos aprender a dar tempo ao tempo, pois como bem diziam as nossas avós: “O tempo é o melhor remédio!”.
"O tempo, e somente o tempo, permite que a nossa mente se rearranje. É como se nós precisássemos de um tempo para voltar a cair na real. Cair na real significa o seguinte: a morte existe, as perdas existem, mas eu tenho que continuar vivendo a despeito das perdas", explica o especialista Evaldo d'Assumpção.
A Analogia do Terremoto.
O rompimento de um relacionamento ou a morte de alguém que amamos pode ser muito bem comparado a um terremoto em nossa vida. A maneira como lidamos com as catástrofes naturais é um bom exemplo de como podemos também lidar com as perdas sob a perspectiva do tempo e da espiritualidade cristã. Uma catástrofe é geralmente enfrentada em pelo menos 4 fases distintas:
1ª Fase: A Destruição: não tem muito que ser feito. Neste momento o que vale é o “salve-se quem puder!”. Esta é a hora em que devemos lutar pela vida! É quando o mundo desaba sobre nossas cabeças. Não dá para tirar conclusões, não dá para pensar no que fazer, é o momento mais difícil, é o momento de lutar. Então, lute enquanto tiver forças!
2ª Fase: O Resgate: é o momento em que as equipes de socorro buscam sobreviventes e só retiram dos escombros aqueles pedaços de entulho que permitem criar espaço para retirar os que ainda vivem. Esta é a hora de gritar por socorro! Quando experimentamos a dor das perdas precisamos por para fora nossos sentimentos conforme explica o Dr. Assumpção: "Se tiver que gritar, eu grito. Se tiver que chorar, eu choro. Se tiver que sapatear, eu sapateio. Agora, eu tenho uma frase: emoção sem expressão vira depressão. E depressão mata." Então, grite por socorro!
3ª Fase: A Operação rescaldo: é o momento da limpeza da área afetada depois de todos sobreviventes terem sidos levados para um lugar seguro. Esta é a hora de se deixar cuidar! É o momento de se livrar dos traumas que carregamos quando sofremos a dor da perda. Neste momento precisamos de Deus, e de pessoas qualificadas que possam nos ajudar a superar a dor. Então, procure ajuda!
4ª. Fase: A Reconstrução: é o momento em que a esperança se renova, pois os entulhos foram retirados e estamos prontos para reconstruir! Esta é a hora de reconstruir a vida e continuar vivendo! Agora as feridas estão curadas, as cicatrizes não doem mais e podemos tocar a vida. Então, reconstrua!
Precisamos de tempo para passar por todas estas fases. Precisamos também de Cristo que pode fazer novas todas as coisas em nossa vida. Se você um dia experimentar o mundo desabando sobre sua cabeça lembre-se dessa nossa conversa!
Adrien Bausells
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