sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Perguntas de homens e perguntas de Deus



Irá o Senhor rejeitar-nos para sempre? Jamais tornará a mostrar-nos o seu favor? (Sl 77.7.)

O salmista está desesperado e, quem sabe, à beira do suicídio. Ele está supondo o pior. O seu espírito pergunta: “Irá o senhor rejeitar-nos para sempre? Jamais tornará a mostrar-nos o seu favor? Desapareceu para sempre o seu amor? Acabou-se a sua promessa? Esqueceu-se Deus de ser misericordioso? Em sua ira refreou sua compaixão?” Ele está convencido do pior: “A razão da minha dor é que a mão direita do Altíssimo não age mais” (Sl 77.7-10).

A crise que se abateu sobre o salmista deixou-o confuso e pessimista. Ele precisa enxergar de novo o braço do Senhor que “não está tão encolhido que não possa salvar, e o seu ouvido tão surdo que não possa ouvir” (Is 59.1).

Deus deu ao salmista a liberdade de fazer suas perguntas. Agora é o Senhor que quer fazer-lhe apenas duas perguntas: “Quando eu vim, [...] será que meu braço era curto demais para resgatá-los? Será que me falta a força para redimi-los?” (Is 50.2).

No decorrer do salmo, o poeta recupera o ânimo e anula com uma pergunta diferente as perguntas anteriores: “Que deus é tão grande como o nosso Deus?” (Sl 77.13). Mais adiante ele faria a extraordinária profissão de fé na qual afirma 26 vezes consecutivas que “o amor de Deus dura para sempre” (Sl 136).

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