quarta-feira, 7 de outubro de 2009
Voltando a Simplicidade!
Numa pequena vila montanhesa, o vento soprava suavemente, em especial durante a primavera. No alto de um morro atrás da vila, o vento era muito mais forte. As pessoas subiam até lá de vez em quando para sentir o vento em plena força. Ele se precipitava das montanhas, desgrenhando os cabelos, congelando as faces, tirando-lhes o fôlego.
Certo dia, os moradores da vila construíram um pequeno santuário no alto do morro. Ergueram quatro paredes e um telhado, mas deixaram grandes janelas abertas de modo que as pessoas ainda podiam sentir o vento.
Depois de algum tempo, construíram um santuário maior e mais bonito. Mas alguns começaram a ficar preocupados com a chuva. Às vezes a chuva caía e entrava pelas janelas. A água estava deixando manchas na parede, no assoalho e nos assentos.
Foi por isso que colocaram vidros nas janelas. Vidro liso, claro, de modo que ainda podiam ver a paisagem do lado de fora, ver as montanhas e o vale. As pessoas vinham e desfrutavam, observavam através da janela, o vento balança as árvores e varrer a encosta das montanhas. Não podiam mais sentir o vento, mas gostavam da vista.
Mas coisas novas aconteceram. Um dia, os habitantes da vila, ao se tornarem mais prósperos, resolveram decorar as janelas com pinturas e quadros. Por fim, vitrais requintados substituíram o vidro liso que foi colocado antes.
O santuário ainda continua ali. É um lugar lindo bem preservado e muito freqüentado. As pessoas fazem peregrinações a esse lugar. Entram no santuário, ascendem as luzes, curvam-se em orações e lembram o que costumavam sentir quando o vento se precipitava das montanhas desgrenhando os cabelos, congelando as faces e tirando-lhes o fôlego (SNYDER, 1997).
Esta história trouxe ao meu coração as palavras do Salmo 131: “SENHOR, não é soberbo o meu coração, nem altivo o meu olhar; não ando a procura de grandes coisas, nem de coisas maravilhosas demais para mim. Pelo contrário, fiz calar e sossegar a minha alma”.
Nossa vida cristã sempre se inicia com o reconhecimento da presença de Deus quando descemos morros, fazemos caminhadas pelos vales, subidas às montanhas, sentimos a brisa no rosto, nos maravilhamos com a água brilhante do lago, as ondas do mar e a areia da praia.
Aos poucos as preocupações do dia-a-dia obscurecem nossos olhos limpos, tampam nossos ouvidos, embaralham nossas pernas e nos distanciam da simplicidade de Deus. São muitos os cristãos que abandonaram a simplicidade do evangelho e construíram verdadeiras catedrais interiores, cheias de complexos e traumas que os distanciaram de Deus.
Nossa tarefa como cristãos é resgatar a sensibilidade e a simplicidade do evangelho pregado por Jesus Cristo. Precisamos abrir as janelas da alma e arejar a mente, limpar a visão e ouvir o som da voz de Deus. Nossa alma precisa de sossego, mas antes é preciso faze-la “calar” na presença de Deus.
Que Deus nos abençoe.
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