terça-feira, 26 de janeiro de 2010
Lex orandi, Lex credendi!
Lex orandi, Lex credendi!
(a norma da oração é a norma da fé)
Essa é uma máxima em latim que também pode ser traduzida como “o Que se ora é aquilo que se Crê”. Mais quero fazer uso dessa máxima, que considero corretíssima, para aplicar em outra parte da Liturgia da igreja Evangélica Contemporânea, que é a música congregacional.
A música é um meio de se imprimir aquilo que se deseja com mais facilidade na mente de alguém, para que em outro momento se torne sua prática. Quem não se lembra de alguns jingles, tocados nas ruas em tempo de campanha eleitoral. (“Lula, lá brilha uma estrela...”) Algumas propagandas que ficam impregnadas em nós de tal forma que muitas vezes a sugestão se transforma na única maneira de fazer determinadas coisas (pipoca com guaraná, ou pizza).
No meio evangélico já há algum tempo a teologia, ou as nossas crenças e doutrinas não emanam mais das Escrituras, mais muitas vezes das músicas que cantamos. Neste sentido não adianta o pastor, que comprometido com as Escrituras falar meia hora sendo que 1 hora antes as pessoas estiveram cantando músicas que não passam nem por uma análise superficial, se confrontadas com as Escrituras. Com toda certeza o que tem mais facilidade para gravar é aquilo que se diz cantando.
Desde que o meio gospel virou a maneira mais fácil de tirar alguns “artistas” do anonimato, parece que a enxurrada de falsas crenças tem invadido as igrejas de maneira avassaladora. Num dia o “fulano” estava cantando em uma banda secular, no outro dia ele “encontrou Jesus” e já no outro dia bem assessorado pela já famosa “cobertura espiritual” de algum pseudopastor à caça de projeção também, lançam o mais novo trabalho com músicas que foram compostas em uma semana, a toque de caixa, porque as igrejas anseiam por aplaudir como se fosse circo a “mais nova aquisição do reino de Deus”.
Há alguns dias estava vendo um programa pela manhã onde Cláudia Leite estava dando falando sobre sua carreira e aproveitando dando dicas de espiritualidade. Neste momento ela solta uma pérola. Segundo ela, o texto que diz mil cairão ao teu lado e dez mil a tua direita e tu não serás atingido, está se referindo ao momento que a família se reúne em torno de uma refeição, porque este momento é sagrado e nada pode atingir a família unida. Alguns “cristãos” neste momento podem ter dito “amém”. Mais sinto informar que o que ela fez foi o mesmo que satanás, retirando parte do texto para aplicar de modo errado. Quando Jesus estava sendo tentado no deserto, satanás usou este texto mandando ele se atirar do pináculo do templo. Mas o texto diz que Deus dará ordem aos anjos para guardarem em todos os caminhos daqueles que estam à sombra do Onipotente e habita no esconderijo do altíssimo. Ou seja, tem haver com a vida dedicada àquele que te guarda. E a melhor maneira de dedicar-se a Deus é conhecê-lo através da sua Palavra.
Citei este episódio, só para ilustrar que o evangelho tem virado uma colcha de retalhos onde cada um coloca seu pedaço do jeito que acha certo. E isso tem acontecido na sua maior parte através da música. Veja estes exemplos:
1) “Te dou poder para pisar
Em serpentes e escorpiões
Todo poder do inimigo
Não prevalecerá a a a
Pisa na cabeça do diabo...
Pisa na cabeça do diabo...
Pisa na cabeça do diabo...
Em nome de Jesus
Pisa, pisa, pisa nele
Pisa, pisa, pisa nele”.
2) “Minhas provações não são
Maiores que o meu Deus
E não vão me impedir de caminhar.
Se diante de mim, não se abrir o mar
Deus vai me fazer andar por sobre as águas
Rompendo em fé,
Minha vida se revestirá do Teu poder
Rompendo em fé,
Com ousadia vou movendo o sobrenatural
Vou lutar e vencer, vou plantar e colher,
A cada dia vou viver Rompendo em fé.”
No primeiro exemplo, o autor nunca deve ter lido Judas. Portanto nem vou gastar tempo discutindo as bases teológicas de sua música. No outro exemplo, me vem à mente a história de Elias. Um homem usado por Deus, entrega uma mensagem curta e grossa e Deus o manda fugir. Logo após ele se encontra em Querite sustentado por um corvo e bebendo água numa fonte que logo a seguir seca. Depois ele anda 150 km até Sarepta para ser sustentado por uma viúva pobre. Logo Depois de ver Deus se manifestando no Carmelo ele se encontra deprimido debaixo de uma Giêsta onde é sustentado por anjos com pão e água. Logo Depois anda 40 dias e 40 noites, tudo para cumprir os propósitos de Deus. Tudo que Elias faz é obedecer a Deus. Ele nao rompe em fé e vai enfrentar Jezabel. Ele não move o sobrenatural e sai da caverna por conta própria e enfrenta Acabe. Sei que a música é boa para cantar e quem está com problemas sai dali dizendo que vai vencer e um monte de coisas mais. Mais sinceramente você não acha que estão confundindo evangelho com auto-ajuda, sendo que precisamos como diz o rev. Hernandes Dias Lopes,de ajuda do alto.
Antes que pensem o contrário, creio em um Deus que faz milagres, como creio num Deus que se for para o nosso bem ficaremos 3 anos fugindo ou pasasndo pela fornalha de Sarepta.
Estamos vivendo o evangelho do grito. Há muito tempo tive uma experiência fracassada de Karatê. Me lembro que o intrutor dizia que quando aplicasse o golpe era para soltar um grito, assim você intimidava seu oponente. Como sempre tive vergonha disso, não fui muito bem sucedido na minha carreira de atleta. Mais logo fiz a associação como o que se faz nas igreja hoje. O famoso “ministro de Louvor” tenta imprimir suas crenças enquanto canta, soltando gritos estranhos com ordens também estranhas. Quem nunca ouviu “Dê um brado de vitóriaaaaaa”, “aleluiaaaaaa, você é mais que vencedor!”, “vamos saquear o infeeeeeeerno”. Tenho muita dificuldade de ver o Apóstolo Paulo gritando assim, pois quando ele diz que somos mais que vencedores ele condiciona à expressão “em todas estas coisas”(tribulação, angústia, perseguição, perigo, espada). Quando Paulo foi decapitado, sinceramente você consegue vê-lo dizendo não aceito isso, declaro que está amarrado toda intenção de por a mão em mim que sou ungido do Senhor! Com certeza você se lembra de Paulo dizendo “Quanto a mim, estou sendo já oferecido por libação e o tempo da minha partida é chegado. Combati o bom combate, completei a carreira e guardei a fé.” II Tm.4.6,7
Quero só destacar as palavras de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. “Pai se queres, passa de mim este cálice, contudo não se faça a minha vontade e sim a Tua”. Lc.22.42.
O que se canta é aquilo que se crê. Perceberam o perigo que nós estamos correndo deixando que qualquer coisa seja cantada nas igrejas só porque está “bombando na mídia”. É mais difícil entrar no seu quarto e ler a Bíblia do que ir com os amigos no show gospel, ouvir a já famosa “ministração”, chorar, rir, pular e voltar pra casa achando que Deus está orgulhoso de você, pois você deu gritos e colocou o diabo pra correr, determinou a benção sobre você e sua família, não aceitou o diagnóstico de enfermidade, etc.
Lex orandi, Lex Credendi! O Que se ora é aquilo que se crê.
Sola Scriptura!
Rev. Rubens Cirqueira
quinta-feira, 21 de janeiro de 2010
sexta-feira, 15 de janeiro de 2010
sábado, 9 de janeiro de 2010
Orem pela família do Rev. Saulo - Notícias
SOBRE O LUTO EM MINHA FAMÍLIA
Em virtude de inúmeros telefonemas e contatos de amigos e irmãos querendo notícias sobre o luto em minha família, resolvi escrever este artigo informando sobre os últimos acontecimentos que partiram o coração de todos nós.
Na última quarta-feira, dia 06 de janeiro de 2010, por volta das 17:30 hs, meu irmão mais velho, SANE PEREIRA DE CARVALHO foi assassinado aqui em Goiânia. Ele era da Polícia Rodoviária Federal, lotado no posto da PRF em Morrinhos-GO, mas tinha sua residência fixada em Goiânia. Na quinta-feira ele havia chegado de seu plantão, e estava preparando para viajar em férias com sua família. Então, ele foi com sua esposa na oficina buscar seu carro que estava em revisão para a viagem, dirigindo o carro de sua esposa, com a mesma ao seu lado. Quando estavam perto da oficina o assassino emparelhou uma moto ao lado do carro e disparou três tiros em sua direção, e imediatamente evadiu-se do local. Dos três tiros, apenas um acertou meu irmão, atravessando seu tórax pouco abaixo da axila esquerda, levando-o à morte instantânea. Ele ainda conseguiu dirigir uns 50 mts e estacionou o carro. A assistência do corpo de bombeiros chegou, mas nada mais podia ser feito. O assassino usou uma pistola “.45″ que segundo o delegado é de uso exclusivo da Polícia, mas isso não conclui nada uma vez que em nosso país os bandidos são mais bem equipados que a polícia. A Polícia Civil está iniciando a investigação, considerando todas as possibilidades, e a família entrega nas mãos da lei toda investigação, uma vez que não temos conhecimento de absolutamente nada que envolvesse nosso irmão que justificasse uma atitude tão extrema, nem de sua vida pessoal, nem seu vida profissional. De nossa parte, temos agora a difícil tarefa de confortar o coração de todos os membros da família, principalmente sua esposa e seus três filhos, além de minha mãe que está transtornada com essa situação.
Temos a plena convicção de que esse assassinato estúpido não pegou Deus de surpresa. Se o nosso Senhor permitiu que isso acontecesse, é porque isto estava dentro de seus propósitos e de seu controle absoluto. O Sane, juntamente com sua família, era membro da Igreja Presbiteriana do Brasil, congregando na IPB Jardim América em Goiânia, que prestou uma assistência exemplar nessa hora de tamanha dor. Nesse momento, que com lágrimas nos olhos escrevo este artigo, registro aqui minha gratidão pessoal a todos os irmãos e amigos que estão sendo instrumentos nas mãos de Deus para apascentar nosso coração. Orem por nós.
Rev. Saulo P. Carvalho
Diretor/SPBC
Em virtude de inúmeros telefonemas e contatos de amigos e irmãos querendo notícias sobre o luto em minha família, resolvi escrever este artigo informando sobre os últimos acontecimentos que partiram o coração de todos nós.
Na última quarta-feira, dia 06 de janeiro de 2010, por volta das 17:30 hs, meu irmão mais velho, SANE PEREIRA DE CARVALHO foi assassinado aqui em Goiânia. Ele era da Polícia Rodoviária Federal, lotado no posto da PRF em Morrinhos-GO, mas tinha sua residência fixada em Goiânia. Na quinta-feira ele havia chegado de seu plantão, e estava preparando para viajar em férias com sua família. Então, ele foi com sua esposa na oficina buscar seu carro que estava em revisão para a viagem, dirigindo o carro de sua esposa, com a mesma ao seu lado. Quando estavam perto da oficina o assassino emparelhou uma moto ao lado do carro e disparou três tiros em sua direção, e imediatamente evadiu-se do local. Dos três tiros, apenas um acertou meu irmão, atravessando seu tórax pouco abaixo da axila esquerda, levando-o à morte instantânea. Ele ainda conseguiu dirigir uns 50 mts e estacionou o carro. A assistência do corpo de bombeiros chegou, mas nada mais podia ser feito. O assassino usou uma pistola “.45″ que segundo o delegado é de uso exclusivo da Polícia, mas isso não conclui nada uma vez que em nosso país os bandidos são mais bem equipados que a polícia. A Polícia Civil está iniciando a investigação, considerando todas as possibilidades, e a família entrega nas mãos da lei toda investigação, uma vez que não temos conhecimento de absolutamente nada que envolvesse nosso irmão que justificasse uma atitude tão extrema, nem de sua vida pessoal, nem seu vida profissional. De nossa parte, temos agora a difícil tarefa de confortar o coração de todos os membros da família, principalmente sua esposa e seus três filhos, além de minha mãe que está transtornada com essa situação.
Temos a plena convicção de que esse assassinato estúpido não pegou Deus de surpresa. Se o nosso Senhor permitiu que isso acontecesse, é porque isto estava dentro de seus propósitos e de seu controle absoluto. O Sane, juntamente com sua família, era membro da Igreja Presbiteriana do Brasil, congregando na IPB Jardim América em Goiânia, que prestou uma assistência exemplar nessa hora de tamanha dor. Nesse momento, que com lágrimas nos olhos escrevo este artigo, registro aqui minha gratidão pessoal a todos os irmãos e amigos que estão sendo instrumentos nas mãos de Deus para apascentar nosso coração. Orem por nós.
Rev. Saulo P. Carvalho
Diretor/SPBC
quarta-feira, 6 de janeiro de 2010
Como será o amanhã!
O que será que vai acontecer em sua vida em 2010? Como será o ano novo para você? Será que seus antigos sonhos serão realizados? Você será promovido? Despedido? Terá saúde perfeita ou enfrentará algum tratamento breve? Você enfrentará algum conflito familiar ou será um ano de paz e amor? Por falar em amor; você que está solteiro ou solteira por tanto tempo encontrará em fim o seu grande amor?
Milhares de perguntas podem ser feitas sobre sua vida. Todo fim de ano a liturgia das adivinhações se repete na televisão, rádio, jornais e revistas. São pessoas que atribuem a si mesmas a incrível capacidade de descobrir o futuro, desvendar segredos, revelar coisas que estão ocultas com promessas que se multiplicam. Uma boa parte da população sedenta abre a boca e bebe as palavras, as alquimias, as fórmulas e peças jogadas como se elas pudessem lhes dar a garantia de um futuro melhor.
Quando um teólogo quer descobrir a fé de um povo ele anda pelas ruas da cidade, ouve as conversas, lê os jornais e assiste aos programas de televisão. Mas principalmente analisa as músicas populares e sua arte. Assim, neste processo de interação e integração o pesquisador percebe a confissão de fé de um povo. Existe uma música popular brasileira que fala muito bem sobre esta busca acerca do futuro. A música se chama “Amanhã” (compositor: João Sérgio). Brilhantemente interpretada por Simone esta música fala sobre a fé de uma pessoa que deseja saber sobre seu futuro. Ela está cheia de dúvidas; será feliz? Como será o seu destino? Na busca por respostas esta pessoa se entregou à cigana que leu o destino, aos búzios, à cartomante, à mensagem zodiacal, à bola de cristal e até sonhos ela teve sobre o seu futuro. Mas nada trouxe mais certeza do que a afirmação final, o clímax: “o meu destino será como Deus quiser!”
Esta música é um retrato perfeito do sentimento que mais forte ou menos intenso está em seu coração e no de milhões de homens e mulheres pelo mundo. Como será o amanhã? O cristão não deve peregrinar pelo universo esotérico para buscar sua confissão. Muito menos descobrir nas músicas populares as respostas para seus questionamentos. Assim como existem músicas que falam o que é correto, outras são fontes inesgotáveis daquilo que Deus condena. O melhor caminho é olhar para Deus e para a Sua Palavra.
Deus é quem nos dá esperança sobre o que virá; há esperança para o teu futuro, diz o Senhor” (Jr 31.17). Quando Deus faz uma afirmação sobre o futuro é porque Ele está no controle de sua história e de toda a humanidade. Em Provérbios 16:33 encontramos a seguinte declaração: “ a sorte se lança no regaço, mas do Senhor procede toda decisão”. Observe o que o texto diz: “toda decisão”! Para concluir, é bom lembrar as palavras de Deus em Tiago 4.13-15: “Atendei, agora, vós que dizeis: hoje ou amanhã iremos para tal cidade....Vós não sabeis o que sucederá amanhã. Que é a vossa vida? Sois, apenas, como neblina que aparece por instante e logo se dissipa.Em vez disso, devíeis dizer: Se o Senhor quiser, não só viveremos, como também faremos isto ou aquilo”.
Planeje, sonhe, lute, construa um ano de 2010 cheio de vitórias, mas saiba que só o Senhor conhece o seu destino. O amanhã pertence a Deus! Por estar nas mãos de Deus nosso amanhã será maravilhoso e cheio de bênçãos!
Deus abençoe sua vida e família com muita alegria e paz em 2010!
Autor : Rev. Leonardo Sahium
segunda-feira, 4 de janeiro de 2010
Mensagem dia 03 de Janeiro - Caminhando com Jesus.
SÉRIE: CAMINHANDO COM JESUS.
TEXTO: MATEUS 4.1.11
TEMA: AS TENTAÇÕES QUE NOS FAZEM DESVIAR DO CAMINHO.
Introdução.
Jesus é o caminho. Ele mesmo o afirmou no evangelho de João, na sexta de suas sete extraordinárias autodefinições iniciadas por “Eu sou...”: “eu sou o caminho, a verdade e a vida”. Essa declaração acha-se entre as mais lembradas dentre as que Jesus proferiu e entre as mais frequentemente citadas. Está também entre as mais frequentemente desconsideradas hoje em nossa cultura. Esse nevoeiro de inatenção que circunda essa afirmativa é algo que naturalmente se esperaria daqueles que seguem esse “caminho”, mas espanta e desanima quando se encontra entre os homens e as mulheres que oferecem orientação e direção sobre os métodos e meios para viver na comunidade de Jesus e para viver como fermento no mundo.
“Sigam-me” é o terceiro imperativo proferido por Jesus na narrativa da história do evangelho apresentada por Marcos (Mc. 1:17). É precedido por “arrependam-se” e “Creiam” (Mc. 1:15). Os três imperativos são as primeiras ordens que Jesus emite depois de anunciar, de forma contundente e inaugural: “o Reno de Deus está próximo” (1.15). Os três imperativos são convites a vivermos precisamente essa realidade, esse reino, seguindo a Jesus.
O Primeiro imperativo, “arrependam-se”, requer a decisão de abandonar um estilo de vida para embarcar em outro. Exige mudança de mente ou de coração que resulta em mudança de direção. O segundo imperativo, “creiam”, requer um envolvimento pessoal, confiante relacional, nessa reordenação abrangente da realidade. E o terceiro imperativo, “sigam”, faz que no movamos em obediência num modo de vida que é visível e audível em Jesus, um modo de falar e de pensar, de imaginar e de orar, que condiz com as realidades imediatas (“próximo”), presentes do reino.
Seguir a Jesus implica abraçarmos m estilo de vida que recebe o caráter, a forma e a direção daquele que nos chama. Seguir a Jesus significa captar ritmos e modos de fazer as coisas que não são em geral proferidos por Jesus, mas sempre decorrem dele, formados por influencia dele. Seguir a Jesus significa que não podemos separar o que Jesus diz do que ele faz e do modo em que ele o faz. Seguir a Jesus envolve nossos pés tanto quanto – ou talvez mais do que – nossos ouvidos e olhos.
A metáfora do “Caminho”. Caminho, um substantivo simples a designar uma estrada que conduz a um destino, mas depois se abre numa metáfora que se ramifica em muitos e variados “caminhos” – não somente o caminho que percorremos como a rota que escolhemos seguir, mas o modo como seguimos pelo caminho, seja a pé, seja de bicicleta ou de automóvel. A maneira pela qual conversamos, usamos nossa influencia, tratamos as pessoas, criamos os filhos, lemos, adoramos, votamos, o método que adotamos ao cultivarmos o jardim, o jeito de jogar bola, o modo pelo qual sentimos, comemos... E assim por diante, interminavelmente, os vários e acumulados “métodos e meios” que caracterizam nosso modo de vida.
Os Salmos, pelo profundo exame que fazem de uma vida vivida de modo atento e responsável diante de Deus, chamam a atenção pelo uso que fazem da metáfora, empregando-a 97 vezes. O salmo primeiro começa fazendo um contraste entre o caminho do ímpio e o caminho do justo. Mostrando que são completamente opostos. O caminho é largamente empregado, tanto no A.T. como no N.T., oferecendo uma complexa teia de associações que nos mantém atentos à necessidade penetrante e inescapável de tomarmos parte de modo claramente participativo de toda a verdade (doutrina) e de toda a ação (obediência), sendo verdade e a ação, partes de um todo, assim como o viajante e a estrada não existem um sem o outro. Em seu sermão do monte, Jesus retoma e desenvolve a figura dos dois caminhos presente no salmo um, quando contrapõe a estrada popular e fácil em direção à morte com a estrada que conduz à vida (Mt. 7.13_14). “13– Entrem pela porta estreita porque a porta larga e o caminho fácil levam para o inferno, e há muitas pessoas que andam por esse caminho. 14A porta estreita e o caminho difícil levam para a vida, e poucas pessoas encontram esse caminho.” (NTLH).
Narrativa:
“Então Jesus foi levado pelo espírito ao deserto, para ser tentado pelo diabo.”
João “viu o Espírito de Deus descendo como uma pomba e pousando sobre ele (3.16)
“Então Jesus foi levado pelo Espírito”. (4.1)
“E eis uma voz do céu, dizendo: este é o meu Filho, o Amado...” (3.17)
“Se és Filho de Deus...” (4.3).
Jesus foi levado da margem do Jordão, onde fora batizado, para as terras altas adjacentes. Ele foi levado pela direção do Espírito, esse mesmo Espírito, que não somente sabia que era necessária sua experiência com a tentação, mas cuja presença ativa e plenária também qualificou Jesus para triunfar sobre ela. Ele foi levado “ao deserto”, onde estava “com as feras” (Mc. 1.13). Aqui foi tentado pelo diabolos, ou seja, o diabo, que significa acusador (pela influência da septuaginta que oferece diabolos como tradução para satanás), também adversário (IPe. 5.8).
É evidente que Mateus cria na existência de um “príncipe do mal” pessoal. Igualmente criam os demais apóstolos e escritores inspirados, bem como o próprio Jesus.
Somos incapazes de analisar minuciosamente o que ocorreu no coração de Cristo enquanto era ele tentado. Com base no relato inspirado, cremos que foi uma experiência real e intensa.
O tempo passado no deserto protege o caminho de Jesus da presunção e dos equívocos, da ingenuidade e do ensimesmamento. Analisamos com atenção o que se passa na prova e na tentação de Jesus e percebemos que o diabo não sugere que Jesus de forma alguma renuncie a seu chamado, retorne a algo mais simples, evite assumir responsabilidade, negue a validade de seu batismo ou duvide da voz que veio do céu. O diabo contenta-se de deixar intacta a questão dos fins – a meta, o propósito, a grandiosa obra da salvação. Sua tentação dedica-se exclusivamente aos caminhos, aos meios que mais se prestam para alcançar o fim para o qual Jesus é o caminho.
TEMA: AS TENTAÇÕES QUE NOS FAZEM DESVIAR DO CAMINHO.
Três sugestões são dadas pelo diabo a Jesus. Mais quais as implicações delas para as nossas vidas.
1) Reduzir a vida às necessidades - Transformando pedra em pão. V. 3
As experiências de Moisés no Monte Horebe, e as de Elias em sua jornada para o mesmo monte, nos vêem à mente de imediato. Lc. 4.2 nos revela que o jejum de Cristo foi total, não parcial. Jesus está com fome. O diabo quer usar Jesus para fazer o bem. Jesus pode começar fornecendo uma boa refeição para si mesmo. Ele pode transformar os elementos da criação em mercadoria e fazer algo útil deles. Alo óbvio e bom para fazer. Isso o iniciará na carreira de fazer o bem: satisfazer as necessidades das pessoas; satisfazer suas fomes físicas, emocionais ou intelectuais; conferir-lhes um senso de realização; dar-lhes autoestima.
O diabo quer que façamos o mesmo: seguir a Jesus, mas depois usar Jesus para satisfazer necessidades, primeiramente as nossas e depois as necessidade de todas as pessoas famintas ao nosso redor. A tentação é tratar a mim mesmo e aos outros, acima de qualquer coisa, em nossa condição de consumidores. É a tentação de definir a vida da perspectiva do consumismo e depois traçar planos e programas para implementar isso “em nome de Jesus”.
Não que não haja um número suficiente de necessidades neste mundo que exigem atenção. E não que não haja uma obra premente que brota do evangelho à qual devamos dedicar por toda a nossa vida, mitigando a fome e a pobreza, labutando pela justiça, curando doentes, ensinando o que precisa ser aprendido, cuidando da terra, fazendo plantações e preparando refeições, contando historias e entoando canções, protegendo os fracos. Mas a tentação de rebaixar as pessoas, nós mesmos e os outros, ao nível de meras necessidades autodefinidas ou então decididas pela cultura, as quais invariavelmente, com o tempo, acabam se tornando necessidades definidas pelo pecado – usando Jesus para fazê-lo.
Jesus não cessou por toda a vida de satisfazer necessidades, e quer que tenhamos o mesmo tipo de engajamento, mas a maneira pela qual ele viveu não se restringiu a meramente satisfazer necessidades, embora sempre incluísse isso.
A primeira citação é de Dt. 8.3. Ela retrata Moisés lembrando a Israel do terno cuidado de Deus pelo seu povo durante quarenta anos de jornada pelo deserto. Particularmente, ela mostra como o senhor os alimentará com o maná, outrora completamente desconhecido deles e de seus pais, para ensinar-lhes “que não só de pão viverá o homem, mas de tudo o que procede da boca do Senhor, disso viverá o homem”.
Portanto o que Jesus disse pode ser assim parafraseado: “tentador, você está com a falsa suposição de que, para que um homem sacie sua fome e continue vivendo, é absolutamente necessário o pão. Contra essa idéia errônea, agora declaro que a única fonte indispensável da vida e bem-estar do homem, e para mim mesmo, é o poder de meu Pai que é criativo, energizante e sustentador”.
Certamente que Aquele que providenciou o maná quando não havia pão, e que um pouco antes havia dito: “este é o meu filho... em quem tenho prazer” não desampararia o seu amado.
Aplicação: Transformar a igreja em distribuidora de milagres, sem oferecer a oportunidade de arrependimento. Dá o que o povo quer (pão e circo)
2) Tornar a vida cristã em circo – saltar da parte mais alta do templo. V. 5,6
Com a permissão de Deus, o diabo conduziu Jesus a essa cidade, e o colocou no próprio pináculo (literalmente, asa) do muro exterior de todo o complexo do templo. O local exato não nos é fornecido. Pode ter sido a parte superior do teto do pórtico real de Herodes, que dá para o vale Cedrom, com uma altura de cerca de 150 metros, “uma altura que provoca vertigem” segundo indica Josefo. Este local estava situado a sudeste do átrio do templo, talvez no lugar ou perto dele, onde, segundo a tradição foi lançado Tiago, o irmão do Senhor.
“Visto que és o Filho de Deus”, diz o tentador, lança-te abaixo. O seu raciocínio provavelmente seguia esta linha: “Assim poderás demonstrar tua confiança na proteção do Pai, confiança que por implicação acabas de confessar (v.4). Além disso, se as escrituras que citas com tanta prontidão, são verdade, não sofrerás nenhum prejuízo, porque está escrito: Ele dará instruções aos anjos a teu respeito.
A passagem citada é do salmo 91.11,12. Contudo na forma citada pelo diabo, há uma omissão que é importante. Segundo o hebraico, o salmo termina com as palavras “para guardar-te em todos os teus caminhos”. Quando essas palavras são incluídas Deus promete proteger os homens justos em todos os seus caminhos justos; pois tais são os caminhos do homem que habita no lugar secreto do Altíssimo, e mora a sombra do Onipotente. Deus não promete guardar independente do que se faça. Jesus não cai na armadilha de brincar com a providência lançando-se impetuosamente ao perigo de maneira injustificada.
O diabo quer usar Jesus para com um milagre deslumbar as multidões que estão na rua lá embaixo, dando um pouco de animação para a vida tediosa delas. “Jogue-se, Jesus... essas pessoas jamais esquecerão; isso mudará a vida delas. Por muitos anos, elas contarão aos filhos e netos sobre o resgate angélico, um testemunho convincente de que Deus está sempre à inteira disposição delas com o sobrenatural.
A tentação é embarcar numa carreira circense de milagres. E o que poderia ser melhor que uma carreira nos milagres divinos, milagres religiosos, entretendo multidões, proporcionando êxtase aqui e agora, à vista-
O diabo quer que façamos o mesmo, usar Jesus como cerca contra o tédio. Usar Jesus como algumas pessoas usam drogas e álcool, sexo e carros velozes, perigos e fortes emoções, televisão e armas de fogo. Usar Jesus em seu potencial de operar milagres. Usar Jesus como suspensão temporária da monotonia. Empacotar Jesus como uma mercadoria para as diversões de fim de semana.
A obediência a proposta de satanás era tentadora, porquanto, que homem existe que, ao ser solicitado que comprove um argumento que fizera, não sinta que deve fazê-lo imediatamente sem primeiro perguntar a si mesmo: que direito tem o meu incitador de pedir-me que faça tal comprovação. Jesus, contudo não cai nesta armadilha.
Aplicação: Daniel (cova dos leões), Cristãos do primeiro século, Elias no monte. (Qual era o princípio)
3) Transformar a vida cristã numa mera busca de poder – Tudo isto te darei. V. 8,9
E agora o diabo deixa cair sua máscara e, tendo fracassado miseravelmente nas duas primeiras tentativas de vencer seu inimigo, arrisca tudo numa tentativa final, brutal e desesperada para Alcançar seu propósito.
No meio do impasse se isso aconteceu literalmente ou em visão, fico com a proposta de Calvino comentando a terceira tentação ele diz “Pergunta-se, foi ele realmente conduzido a esse ponto elevado, ou isso aconteceu em forma de visão. O que é aduzido, ou seja, que todos os reinos do mundo foram apresentados ante os olhos de cristo... num momento... concorda com a idéia de uma visão melhor do que com qualquer outra teoria. Num assunto que traz dúvidas, e onde a ignorância não produz riscos, prefiro antes suspender o juízo do que proporcionar aos que são contenciosos uma desculpa para debater”.
O diabo quer usar Jesus para governar o mundo, assumir o controle do mundo -... todos os reinos do mundo e o seu esplender”. Que oferta! Quem seria mais qualificado? Eis a oportunidade de estabelecer um reino de paz, justiça e prosperidade. Criar um governo livre de corrupções. Mas naturalmente teria de ser de acordo com as condições do diabo, um reino condicionado pela ímpia conjunção “se”.
O diabo quer que usemos a Jesus da mesma maneira. Usar Jesus para reger nossas famílias, nossos bairros, nossas escolas, nossos governos com toda a eficiência e correção que pudermos, mas sem nenhum Amor ou perdão. Cada homem e cada mulher reduzidos a uma função.
Jesus tem muito para dizer sobre a maneira como regemos o mundo - “reino” e “mundo” figuram em grande medida entre aquilo que ele tinha e tem em mente. Mas ele valoriza demais a nossa alma para nos “desalmar” com o objetivo de nos tornar bons. Ele convida e perdoa. Ele busca o perdido e sara o ferido. Ele repreende o orgulhoso e dá a outra face. A ultima palavra das Escrituras nos fornecem sobre Jesus é triunfante, como o “soberano rei da terra”. (Ap. 1:5) - a mesma posição exaltada oferecida pelo diabo, mas reinando, como se percebe, primeiramente a partir da Cruz do gólgota e agora “assentado à direita do Pai’, executando a obra grandiosa e abrangente da salvação, “para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho... e toda língua confesse que Jesus Cristo e o Senhor, para a glória de Deus Pai” (Fp. 2.10-11).
Jesus foi tentado a governar assentado sobre um torno burocrático de regras abstratas e princípios desencarnados, impostos a homens e mulheres independentemente da confiança relacional e do amor adorador. Ele recusou. O reinado de Jesus jamais é impessoal, jamais anônimo.
Aplicação: Jovem abordada por um estranho (proposta de relacionamento por uma quantia alta).
Conclusão:
Cada uma das tentações do diabo está relacionada com a maneira pela qual Jesus é o caminho, o seja, o caminho que ele adotará para realizar sua obra. Será que ele rebaixará e impessoalizará o caminho impondo sua vontade às pedras, usando–as para satisfazer as necessidades humanas, primeiramente cuidando de si mesmo e depois alimentando muitas pessoas_ Será que ele montará um espetáculo circence, demonstrará a providencia miraculosa e sempre presente de Deus para as pessoas nas ruas, mas jamais tratando como pessoas_ Será que ele regerá o mundo por meio de uma burocracia sem rosto, uma justiça que se impõe com eficácia e uma prosperidade sem sujar as mãos?
Mas Jesus disse “não” a cada uma dessas maneiras. Nas três grandes recusas, o que Jesus está declinando é fazer coisas boas de maneira errada. Cada tentação vem embrulhada com algo bom: alimentar muitas pessoas, evangelizar por meio do milagre, governar o mundo com justiça. A estratégia de tentação do diabo é impessoalizar os caminhos de Jesus.
Por isso, hoje eu te convido a andar por este Caminho que é Jesus. Conhecê-lo, desfrutar dele e saber que mais do que uma estrada o caminho é uma metáfora indicando o modo de viver. Jesus é o exemplo pessoal, encarnado e vivo!
Que Deus te abençoe!
Rev. Rubens Ribeiro Cirqueira
sexta-feira, 1 de janeiro de 2010
Começando o ano com uma nova série
1) Eu Sou o caminho...
2) Abraão: Subindo o monte...
3) Moisés: Nas planícies de Moabe
4) Davi: ...não encobri as minhas culpas...
5) Elias: escondidos no riacho de Querite...
6)Isaías do Exílio: como são belos os montes...
Começaremos o ano buscando meditando sobre o caminho certo a seguir. Aprendendo a distinguir os inúmeros atalhos que a igreja tem proposto. Creio que nós da IPF queremos seguir pelo caminho, indicado tão somente pelas escrituras.
Vamos seguir juntos!
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