segunda-feira, 21 de março de 2011

A restauração de Deus na tragédia



Referência: Jó 1, 2, 42

INTRODUÇÃO

1.Um esforço concentrado do inferno para destruir a família

A família está sendo bombardeada com arsenal pesado. Há torpedos mortíferos apontados para a família. É a crise conjugal. É crise dos jovens. É a crise dos valores.

A família está perdida. A educação moderna está perdida. As instituições não sabem o que fazer para reverter essa crise.

2.Seis áreas básicas que o inimigo tenta atacar em nossa vida

a)Nosso relacionamento com Deus

b)Finanças

c)Filhos

d)Saúde

e)Casamento

f)Amizades.

3.Deus proclama o caráter de Jó – 1.8

Deus conhece os que são seus. Deus conhece sua vida. Ele sabe quem é você. Ele sabe o que você não faz e o que você faz. Ele conhece seus pensamentos, seus desejos, seus sonhos. Deus elogia Jó pela sua piedade e integridade.

4.Satanás levanta suspeitas sobre as motivações de Jó – 1.9-11

Ele disse que Jó serve a Deus por interesse.

Disse que Jó serve a Deus porque Deus o tem enriquecido.

Satanás acusa Jó de amar mais o dinheiro, os filhos e a saúde do que a Deus.

5.Deus constitui Jó como seu advogado na terra – 1.12

Deus confia em Jó. Jó não sabia, mas ele havia sido constituído como advogado de Deus na terra ao passar pelas duras provas e revezes da vida. Se Jó naufragasse, era o nome e a reputação de Deus que estava em jogo.

I.OS TORPEDOS DO INFERNO NA FAMÍLIA DE JÓ

1.Satanás acatou os bens de Jó – 1.13-20

a)Ele usou homens – sabeus e caldeus roubaram e saquearam os rebanhos de Jó. Ele foi espoliado, roubado. Jó decretou falência. Foi à bancarrota. Abriu concordata.

b)Ele usou fogo – queimou ovelhas e servos (1.16).

Jó sendo o homem mais rico do Oriente, ficou pobre, sem crédito. Sua empresa faliu, seu negócio acabou.

A crise financeira é a crise de muitas famílias hoje. É o investimento que não deu certo. É o negócio que se frustrou. É a empresa que não reage. É a globalização que solapou sua estabilidade. É o jovem que sai da Faculdade sem perspectiva de emprego. É o pai de família que é mandado embora aos 50 anos e não arranja mais emprego.

Talvez um acidente, uma tragédia, uma mudança de política na empresa pegou você de surpresa e pôs sua vida financeira de cabeça para baixo. Tudo que você construiu durante anos foi de água para baixo.

2.Satanás atacou os filhos de Jó – 1.19

a)Jó era um pai exemplar (1.4,5) – Jó inspirava amizade no coração dos filhos (1.4). Ele tinha comunhão com os filhos (1.5). Ele santificava os filhos (1.5). Ele orava por todos os filhos (1.5). Ele orava pelos filhos de madrugada e continuamente (1.5). Ele priorizava a vida espiritual dos filhos.

b)Satanás atacou os filhos de Jó num dia de festa e comunhão familiar – Todos os filhos morreram num único desastre. Jó vai para o cemitério sepultar todos os seus 10 filhos de uma única vez. Sua dor é indescritível. Jó raspou a cabeça, mostrando que a sua glória havia apagado.

c)Os amigos de Jó o acusam – Disseram que a habitação de Jó havia sido amaldiçoada (5.3). Disseram que seus filhos haviam sido desamparados e destruídos (5.4). Disseram que seus filhos eram rebeldes e por isso Deus os havia destruído (8.4).

d)Quem sabe este é dilema da sua vida hoje – Há muitos filhos que estão sendo atingidos pelos dardos inflamados do maligno. Há muitos pais e mães que estão chorando pelos filhos. Há muitos filhos que estão no mundo, no vício, no pecado. Quem sabe seus filhos são rebeldes, desobedientes e isso está acabando com você.

3.Satanás atacou a saúde de Jó – 2.4-6

Satanás achou que Jó amava mais a sua pele do que a Deus.

Jó então foi ferido: infecção, mau hálito, dor, pele necrosada, corpo encarquilhado. Raspava suas feridas com cacos de telha.

As pessoas cuspiam nele. Seus ossos ardiam. Formavam-se bolhas de pus e ele mordia nessas bolhas para aliviar sua dor.

Sua dor foi tão grande que ele: 1) Desejou morrer no ventre da mãe (3.11; 10.18); 2) Desejou morrer ao nascer (3.11); Desejou que os seios de sua mãe estivessem murchos para morrer de fome (3.12); 4) Procurou e desejou a morte, mas a morte fugiu dele (3.21,22).

Quem sabe você vive o drama de uma enfermidade na família, uma doença crônica, um diagnóstico sombrio e uma cirurgia iminente.

4.Satanás atacou o casamento de Jó – 2.9,10

A mulher de Jó não suportou a pressão. Ela estava acostumada com o sucesso e não com o sofrimento. Ela estava acostumada com as glórias da prosperidade e não com o vale da adversidade.

Ele se insurgiu contra Deus, blasfemou contra ele, ergueu os punhos contra o céu e ordenou seu marido a romper com Deus e morrer.

Jó enfrenta o drama da crise conjugal. Do abandono da esposa na hora da sua maior solidão e aflição. É a dor que supera o romance. É a revolta mostra a carranca. É a crise no casamento que se instala. É o divórcio do cônjuge e depois dos filhos.

5.Satanás atacou as amizades de Jó

Eles são amigos – Vêm de longe.

Eles são solidários – Choram

Eles acusam Jó de:

a)Dizem que Jó não é convertido – 22.21-30ç

b)Dizem que Jó é um pecador endurecido – 11.3

c)Dizem que Jó é rebelde contra Deus – 34.35-37

d)Dizem que Jó é hipócrita – 4.3-5

e)Dizem que Jó é adúltero – 8.6,7ç 22.5

f)Dizem que Jó é ladrão – 18.19

g)Dizem que Jó é explorador dos pobres – 22.6

h)Dizem que Jó é insensível às necessidades dos aflitos – 22.7,9

i)Dizem que Jó é louco – 5.2

Quem sabe seus amigos mais achegados se voltam contra você: é a decepção, a mágoa, a traição, a acusação insolente, injusta.

II. A ATITUDE DE JÓ DIANTE DO DRAMA DO SOFRIMENTO

1.Jó desaba com Deus sobre sua dor

Jó, na sua angústia levou aos céus 16 vezes a pergunta: POR QUE.

a)Por que estou sofrendo

b)Por que perdi meus filhos

c)Por que Deus não responde minhas orações

d)Por que perdi meus bens

e)Por que meu casamento acabou

f)Por que meus amigos me acusam

g)Por que Deus não me mata

Jó estava cheio de queixas. Ele levantou 34 queixas contra Deus.

2.Ninguém entendeu a causa do sofrimento de Jó

a)Satanás – Ele serve a Deus por interesse.

b)A mulher de Jó – Revolta-se contra Deus, abandona-o e pede ao marido para desistir de Deus e morrer.

c)Seus amigos – A causa são os pecados de Jó.

d)Jó – acha que suas aflições foram impostas por Deus.

e)Ninguém discerniu que era Satanás que estava atacando Jó. Ilustração: SARA.

III. A INTERVENÇÃO DE DEUS NA RESTAURAÇÃO DE JÓ

1.Deus não respondeu sequer um dos questionamentos de Jó, mas faz-lhe 70 perguntas.

Onde estavas tu quando eu lançava os fundamentos da terra

Onde estavas tu quando eu espalhava as estrelas no firmamento.

Onde estavas tu quando eu punha limite nas águas do mar.

Deus mostrou para Jó sua soberania.

Quando não pudermos entender o que Deus está fazendo: podemos saber que ele está no controle e é nosso Pai.

2.Tudo que Satanás intentou contra Jó, Deus reverteu em bênção

Satanás tentou afastar Jó de Deus, mas Jó ficou mais perto do Senhor.

Satanás tentou destruir a confiança de Jó através do sofrimento, mostrando que Deus não era nem soberano nem amor; mas Jó se curva diante da soberania de Deus – Ilustração – O satanista que enviou uma compra para uma crente em necessidade.

Satanás tentou azedar o coração de Jó com mágoa de seus amigos, mas Jó intercede por eles.

Satanás tentou tirar tudo de Jó, mas Deus devolveu-o em dobro.

Jó compreendeu seis coisas:

1)Ele entendeu que não há crise que Deus não possa reverter – “Bem sei que tudo podes…” (42.2);

2)Ele entendeu que os desígnios de Deus não podem ser frustrados: “E nenhum dos teus desígnios pode ser frustrado” (42.2);

3)Ele admitiu que o seu conhecimento de Deus era superficial – “Eu te conhecia só de ouvir” (42.5);

4)Ele passou a conhecer a Deus de forma mais profunda a pessoal – “… mas agora os meus olhos te vêem” (42.5);

5)Ele reconheceu sua precipitação no falar – “Na verdade falei do que não entendia; coisas maravilhosas demais para mim, coisas que eu não conhecia” (42.3);

6)Ele passou a conhecer profundamente a si mesmo – “Por isso me arrependo no pó e na cinza” (42.6).

3.Deus restaurou a sorte de Jó

Deus restaurou todas as áreas atingidas na vida de Jó:

a)Deus restaurou os bens de Jó – dando-lhe o dobro. Hoje Deus pode por em ordem sua vida financeira. Ele pode reerguer você. Ele é o Deus da provisão.

b)Deus restaurou a saúde de Jó – Viveu mais 140 anos. Ele viu seus filhos e os filhos de seus filhos. Ele teve uma vida longa e feliz. Deus pode curar suas enfermidades. Deus pode lhe dar a alegria de ver seus filhos crescendo, se casando. Deus pode lhe dar a alegria de ver seus netos e sendo instrumentos de bênção no mundo.

c)Deus restaurou o casamento de Jó – O casamento de Jó foi curado, transformado. Acabou a mágoa, a revolta, o esfriamento. Deus é especialista em reparar vasos quebrados. Para Deus não há causa perdida nem casamento perdido. Talvez você pensa que o divórcio é a única saída. Mas Jesus pode transformar a água em vinho.

d)Deus restaurou os filhos de Jó – Agora, Jó tem 10 filhos no céu e 10 filhos na terra. Não deu o dobro, porque não perdemos os nossos filhos com a morte. Seus filhos são filhos da promessa. Não abra mão de seus filhos. Aqueles filhos que hoje podem estar lhe trazendo dor, amanhã serão baluartes nas mãos de Deus.

e)Deus restaurou os amigos de Jó – Em vez de guardar mágoa das pessoas que falam mal de você, ore por eles. Porque através da intercessão Deus vai curar você e perdoar seus amigos.

CONCLUSÃO

Deus pode restaurar sua família. Deixe de murmurar. Dobre os joelhos e comece a orar e os céus se manifestarão;

Foi quando Jó começou a orar que a sua cura brotou.

Jó começou esse processo tendo Deus como o ponto principal de relacionamento e terminou com Deus em primeiro lugar.

Rev. Hernandes Dias Lopes

sexta-feira, 18 de março de 2011

RAABE




Raabe
(Josué 2; Hebreus 11.31)

O vento sopra nas palmeiras e as folhas farfalham uma canção que só o meu coração escuta: É preciso mudar; decidir seguir um novo caminho. As muralhas de Jericó são fortes e são altas, mas se ele abriu um mar, o que poderão fazer essas pedras? Elas não passam de poeira que o vento que vem do rio Jordão assopra! Ele secou as águas do Mar Vermelho diante dos olhos deles! O grande faraó do Egito e os reis amorreus das planícies dalém do rio não puderam resistir à força de seu braço. E nós?!

O Deus deles é o Senhor; Deus em cima nos céus e também embaixo na terra. Qual será a força de Baal diante de um Deus assim? Certamente não passará de um pálido mugido. As muralhas ruirão, e essa casa sobre os muros deixará de existir. Tudo o que fiz e construi se tornarão ruínas e pó para o vento levar. Não há mais nada para amar aqui, porque tudo vai passar (I Jo 2.15-17).

Os espias que acolhi e protegi me disseram que ele usará de misericórdia para comigo assim como fiz com eles. Ele é um Deus bondoso, justo e acolhedor, que não esquece nossos atos e abençoa aos que lhe obedecem, depositando fé nas suas promessas (Hb 11.31). Mas, e os meus pecados?! A vida que levo e os amores passageiros que conheci? Como viverei? Certamente tudo ficará bem. O seu povo andou no deserto quarenta anos e nada lhes faltou. Nada faltará para nós também (Sl 23.1). Em minhas mãos eu tenho uma fita escarlate que, disseram, será o sinal que garantirá a minha vida e da minha família.

Eu sei que o Senhor lhes deu essa terra! O seu juízo caiu sobre nós! Fico olhando da minha janela através desse deserto que a minha vida se tornou esperando a água pura que possa matar a minha sede e me dar esperança. Eu preciso de uma nova vida e agora entendo que o Senhor possa dá-la a mim e cercar-me de todas as alegrias que eu não tive. A segurança que não conheço... E o perdão que eu preciso... Acolher com paz os seus espias foi a melhor decisão. Ainda que o rei de Jericó me prendesse e matasse, é melhor esperar o favor de um Deus que pode salvar do que morrer nesse tipo de vida ímpia e sem paz que tenho aqui. Longe da verdade eu não quero andar nunca mais!

Eu atei a fita escarlate à minha janela, abracei o seu perdão; fechei a porta e esperarei a promessa chegar. Se Deus me guardar eu farei tudo diferente; começarei tudo outra vez e viverei uma nova vida. Eu obedecerei, guardarei sua doutrina e viverei no meio do seu povo. Eu lhe darei tudo que Baal e minha velha vida jamais me deram. Eu me entregarei a esse Deus fiel que não falha para servi-lo e amá-lo!

Cristo é a minha esperança de perdão e de salvação. Porque ele me dá a esperança de viver e de não perecer! O fino fio de sangue que aquela fita atada na janela representa é tudo o que preciso; é tudo que minha família precisa. Vamos obedecer e confiar. Vamos esperar o tempo chegar e recomeçar tudo de outra forma na nova terra que o Senhor dará ao seu povo. Essa vida que vivo em Jericó ficará para trás, para nunca mais voltar! Tudo se fará novo (II Co 5.17). Posso ouvir o som do povo marchar. Posso ver a história virar. Posso sentir meu coração palpitar. A minha jubilosa salvação está para chegar! (Jo 5.24).

Com amor, Pr. Hélio = 16/03/2011

sexta-feira, 11 de março de 2011

UMA FARSA CHAMADA CHICO XAVIER




por Johnny T. Bernardo


Natural de Pedro Leopoldo, Minas Gerais, Francisco Cândido Chavier (1910 – 2002), conhecido como “Chico Xavier”, começou a exercer a função de médium espírita psicógrafo aos 17 anos de idade. É autor de mais de 400 livros psicografados, além de inúmeros bilhetes e breves mensagens. A Federação Espírita Brasileira (FEB) apresentou pessoalmente Chico Xavier, com seus livros, por diversas cidades dos Estados Unidos, Inglaterra, França, Itália e Portugal. Uma das mais destacadas consequências práticas dessas viagens foi a fundação do “Christian Spirit Center”, em Ellon College, Carolina do Norte (EUA).

A Trajetória de um louco

Marcel Souto maior relata que quando começou a ter as primeiras visões, ainda criança, Chico passou a ser chamado de louco pelo próprio pai e por moradores de Pedro Leopoldo. Só sua mãe o entendia, mas morreu cedo, quando Chico tinha apenas 5 anos. Logo depois da morte, ele começou a ver – e ouvir – o espírito da mãe no quintal da madrinha. Era com ela ( o espírito) que Chico desabafava. [1]

O próprio Chico confessou mais tarde com relação a sua iniciação mediúnica:

“Meu pai queria me internar em um sanatório para enfermos mentais (...) Devia ter suas razões; naquela época me visitavam também entidades estranhas perturbadoras”. [2]

Que entidades estranhas eram essas que visitavam Chico Xavier? Certamente eram os mesmos demônios que o acompanharam durante toda sua vida, e através dos quais ele foi iniciado no espiritismo. Os espíritos que Chico supostamente dizia ver e ouvir, eram na verdade demônios que assumiam a forma de pessoas mortas. Não é de estranhar, pois o próprio Satanás se transfigura em anjo de luz (2 Cor. 11.14).





O Cruzeiro

Quando começou a ganhar fama nacional, lá pelos anos de 1940, Chico Xavier foi procurado por um dos repórteres mais implacáveis da época, David Nasser, da revista “O Cruzeiro”. Cansado de ser alvo da desconfiança e da curiosidade dos repórteres, Chico tentou escapar a todo custo, mas foi vencido por um artifício usado por Nasser. O repórter enrolou a língua, começou a falar um francês arrastado e, com a ajuda de seu fotógrafo estrangeiro, Jean Manzon, convenceu Chico de que eles tinham vindo de muito longe, de Paris, só para entrevistá-lo.

Chico decidiu então dar a primeira entrevista internacional de sua vida e foi além. Reclamou do assédio da imprensa e dos visitantes, e pousou para fotos nas situações mais extravagantes. Até dentro de uma banheira ele apareceu em fotos de página inteira na revista “O Cruzeiro”.

Quando a edição chegou às suas mãos, Chico desabou. No meio da crise e do choro, viu seu guia, Emanuel, surgir no quarto:

- Por que você está chorando?
- Por quê? É muita humilhação, um vexame..
Emanuel encerrou a choradeira com um trocadilho:
- Jesus foi para a cruz. Você foi só para Cruzeiro. [3]

Chico foi uma fraude do começo ao fim. Ser entrevistado por um repórter francês seria uma oportunidade unica. A França é o berço do espiritismo moderno, onde Allan Kardec publicou seus primeiros escritos e a partir de onde o espiritismo se alastrou pelo mundo. Ter uma entrevista publicada em Paris seria bom para sua imagem: ele deixaria de ser alvo de críticas no Brasil, e seria reconhecido como médium e santo. Mas no lugar da honra, veio a desonra. O Brasil foi inundado por uma edição da revista “O Cruzeiro”, que trazia estampada na capa uma foto de Chico Xavier dentro de uma banheira numa posição extravagante. Para quem não sabe, Chico Xavier era homossexual e adorava pousar para fotos. Uma atitude estranha para alguém que dizia ser “iluminado pelas forças lá do alto”.

Um bilhete para o além

Marcel Souto Maior nos relata algo inusitado.

“Em 1996, Chico pendurou na porta do quarto um bilhete endereçado aos espíritos.O texto, escrito com letra miúda e trêmula, avisava: naquela noite ele dormia no quarto ao lado, por causa de uma obra na caixa d' água sobre o quarto. Se algum amigo espiritual quisesse fazer uma visita, deveria ficar à vontade. Chico teria muito prazer em recebê-lo no endereço provisório. Amanhã já voltarei ao meu próprio aposento”, comunicou no bilhete, antes de se despedir. [4]

Como diz o pastor Natanael Rinald: quem entende semelhante barafunda? Chico Xavier poderia ser animador de palco, não fosse um médium confuso. Mesmo supondo que um espírito poderia se comunicar com ele, o que aconteceria se um espírito vindo da Europa se deparasse com um bilhete escrito em português? E se fosse um japonês, um árabe ou um africano? Teria Chico um espírito tradutor a sua disposição? Um bilíngue?

A paranóia emocional de Chico chegou a um ponto tão alto que ele não sabia mais distinguir vivos de mortos.

“Na mesma época, uma senhora se aproximou de Chico no Grupo Espírita da Prece e foi cumprimentada por ele com uma pergunta preocupante:

- Desculpe, mas a senhora está viva ou morta?
- Viva, Chico.
- Graças a Deus. Suspirou Chico.

Era comum Chico confundir vivos e mortos e cumprimentar o invisível. [5]

O Médium é desmascarado

Como acontece com todos os falsos profetas, Chico Xavier não passou na análise crítica e cientifica e tornou-se desacreditado do ponto de vista religioso, científico e filosófico. Nada do que ele dizia ver e ouvir foi realmente comprovado, e suas alegações de “humildade”, “despreendimento”, “analfabetismo” e “pobreza” sabe-se não corresponder com a verdade.

Antes que qualquer especialista denunciasse Chico como impostor, ele foi denunciado por Amauri Pena, sobrinho e auxiliar do médium. Ele disse, em entrevista ao Diário de Minas, que “tudo o que ele psicografou foi criado por sua própria imaginação, sem que precisasse de interferência de almas do outro mundo. Resolvi contar toda a verdade por uma questão de consciência. Não denuncio meu tio como homem, mas como médium”. [6]

A resposta veio logo em seguida. Amauri Pena foi ridicularizado e denunciado pelo próprio pai como “alcoólatra” e “doente de alma”. Chico Xavier usou todos os recursos e influência que tinha para calar o sobrinho, alegando não ter qualquer relação com ele e que Pena nunca participou de nenhuma reunião ao lado dele. Mais uma vez o médium faltou com a verdade. Todos sabem que Amauri Pena era auxiliar e homem forte de Chico, sendo na época o indicado para substitui-lo futuramente no trabalho de psicografia.

Mal acabou de se recuperar, o médium sofreu um novo revés. A pedido do repórter Hamilton Ribeiro, Chico Xavier “psicografou” uma mensagem do “espírito” da mãe do sr. João Guignone, presidente da Federação Espírita do Paraná. Acontece que tudo não passou de uma artimanha de Ribeiro – a senhora “comunicante” estava viva em Curitiba. Ribeiro continua:

“Agora vou ler a receita psicografada do pedido que fiz hoje em nome de Pedro de Alcântara Gonçalves, Alameda Barão de Limeira, 1327, ap. 82, São Paulo (...)" Na letra inconfundível de Chico, lá esta: Junto dos amigos espirituais que lhe prestam auxílio, buscaremos cooperar espiritualmente ao seu favor. O que pensar disso? "Nem a pessoa com aquele nome, nem mesmo o endereço existem. Eu os inventei”. [7]


Referências Bibliográficas

1. As lições de Chico Xavier, Marcel Souto Maior, p. 10, editora Planeta
2. Jornal O Estado de São Paulo, 1986
3. As lições de Chico Xavier, Marcel Souto Maior, p. 21, editora Planeta
4. Ibidem, p. 24
5. Id. Ibidem, p.24
6. Diário de Minas, 20/1/1971
7. Revista Realidade, nov. 1971


Johnny T. Bernardo é colaborador no Genizah

ALMANAQUE GENIZAH - http://www.genizahvirtual.com/2011/02/uma-farsa-chamada-chico-xavier.html

quarta-feira, 9 de março de 2011

ESTRELA DA MANHÃ - BANDA RARA

BAIÃO - REBANHÃO

NAVIO NEGREIRO - MILAD

APENAS CREIA

APENAS CREIA

“Senhores, que devo fazer para ser salvo?” Eles responderam: “Creia no Senhor Jesus, e serão salvos, você e os de sua casa”. (Atos 16.30,31)

Quando os primeiros gentios se converteram ao cristianismo, os cristãos mais tradicionais tentaram impor-lhes certas práticas rituais comuns às suas tradições, às quais eles não estavam acostumados e que eram pesadas até mesmo para os judeus.

A fé em Jesus não é complicada como muitos a fazem parecer. Complicados são os homens que transformam a fé em dogmas difíceis de serem seguidos. O próprio Jesus descomplicou a religião quando disse que o maior mandamento é amar a Deus acima de todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos.

O apóstolo Tiago, líder da igreja em Jerusalém, diante desta situação deu um sábio conselho: “... não devemos pôr dificuldades aos gentios que estão se convertendo a Deus”.

Nós também não devemos dificultar o caminho daqueles que se aproximam de Cristo. Pelo contrário, a nossa fé e testemunho devem ser simples. E a nossa vida deve falar mais alto do que as nossas palavras.

(texto extraído do devocionário "A Jornada")

quarta-feira, 2 de março de 2011

Cultura e Evangelho




O relacionamento dos cristãos com a cultura na qual estão inseridos sempre representou um grande desafio para eles. Opções como amoldar-se, rejeitar a cultura, idolatrá-la ou tentar redimi-la têm encontrado adeptos em todo lugar e época. Em nosso país, com uma cultura tão rica, variada e envolvente, o desafio parece ainda maior nos dias atuais. Como aqueles que crêem em Jesus Cristo e adotam os valores bíblicos quanto à família, trabalho, lazer, conhecimento e as pessoas em geral podem se relacionar com esta cultura?


Existem muitas definições disponíveis e parecidas de cultura. No geral, define-se como o conjunto de valores, crenças e práticas de uma sociedade em particular, que inclui artes, religião, ética, costumes, maneira de ser, divertir-se, organizar-se, etc.


Os cristãos acrescentam um item a mais a qualquer definição de cultura, que é a sua contaminação. Não existe cultura neutra, isenta, pura e inocente. Ela reflete a situação moral e espiritual das pessoas que a compõem, ou seja, uma mistura de coisas boas decorrentes da imagem de Deus no ser humano e da graça comum, e coisas pecaminosas resultantes da depravação e corrupção do coração humano. Toda cultura, portanto, por mais civilizada que seja, traz valores pecaminosos, crenças equivocadas, práticas iníquas que se refletem na arte, música, literatura, cinema, religiões, costumes e tudo mais que a compõe.


Deste ponto de vista a definição de cultura é bem próxima à definição que a Bíblia dá de "mundo," a saber, aquele sistema de valores, crenças, práticas e a maneira de viver das pessoas sem Deus. Poderíamos dizer que “mundo” compreende os traços da cultura humana que refletem a sua decadência moral e espiritual e seu antagonismo contra Deus.


De acordo com João as paixões carnais, a cobiça e a arrogância do homem marcam o mundo. Como tal, o mundo é frontalmente inimigo de Deus e os cristãos não devem amá-lo:

1João 2:15-16 - "Não ameis o mundo nem as coisas que há no mundo. Se alguém amar o mundo, o amor do Pai não está nele. Porque tudo que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não procede do Pai, mas procede do mundo."


Tiago vai na mesma linha:

Tiago 4:4 - "Infiéis, não compreendeis que a amizade do mundo é inimiga de Deus? Aquele, pois, que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus".


Escrevendo aos romanos, Paulo os orienta a não se moldarem ao presente século - um conceito escatológico do mundo presente, debaixo da lei e do pecado e caminhando para seu fim:

Romanos 12:2 - "E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus".

O próprio Jesus ensinou que o mundo o odeia e odeia aqueles que são seus dicípulos, pois não são do mundo:

João 15:18-19 – “Se o mundo vos odeia, sabei que, primeiro do que a vós outros, me odiou a mim. Se vós fôsseis do mundo, o mundo amaria o que era seu; como, todavia, não sois do mundo, pelo contrário, dele vos escolhi, por isso, o mundo vos odeia”.


Não é de se estranhar, portanto, que aqueles cristãos que levam a Bíblia a sério sempre tiveram uma atitude, no mínimo, cautelosa em relação à cultura, por perceberem nela traços da corrupção humana - ou seja, do mundo.


Ao mesmo tempo em que a Bíblia define o mundo de maneira negativa, ela admite que existem coisas boas na sociedade em decorrência do homem ainda manter a imagem de Deus – em que pese a Queda – e em decorrência de Deus agir na humanidade em geral de maneira graciosa. Deus concede às pessoas, sendo elas cristãs ou não, capacidade, habilidades, perspicácia, criatividade, talentos naturais para as artes em geral, para a música – enfim, aquilo que chamamos de graça comum. É interessante que os primeiros instrumentos musicais mencionados na Bíblia aparecem no contexto da descendência de Caim (Gênesis 4:21) bem como os primeiros ferreiros (4:22) e fazedores de tendas (4:20). Paulo conhecia e citou vários autores da sua época, que certamente não eram cristãos (Epimênides, Tt 1:12; Menander, 1Cor 15:32; Aratus, Acts 17:28). Jesus participou de festas de casamento (João 2) e Paulo não desencorajou os crentes de Corinto a participar de refeições com seus amigos pagãos, a não ser em alguns casos de consciência (1Co 10:27-28).


Portanto, a grande questão sempre foi aquela do limite – onde eu risco a linha de separação? Até que ponto os cristãos podem desfrutar deste mundo, até onde podem se amoldar à cultura deste mundo e fazer parte dela?


Dá para ver porque ao longo da história a Igreja cristã foi considerada algumas vezes como obscurantista, reacionária, um gueto contra-cultural. Nem sempre os seus inimigos perceberam que os cristãos, boa parte do tempo, estavam reagindo ao mundo, àquilo que existe de pecaminoso na cultura, e não à cultura em si. Quando missionários cristãos lutam contra a prática indígena de matar crianças, eles não estão querendo acabar com a cultura dos índios, mas redimi-la dos traços que o pecado deixou nela. Eles estão lutando contra o mundo. Quando cristãos criticam Darwin, não estão necessariamente deixando de reconhecer sua contribuição para nosso conhecimento dos processos naturais, mas estão se posicionando contra a filosofia naturalista que controlou seu pensamento. Quando torcem o nariz para Jacques Derrida, não estão negando sua correta percepção das ambigüidades na linguagem, mas sua conclusão de que não existe sentido num texto. Gosto de Jorge Amado mas abomino seu gosto pela pornografia.


Por ignorarem ou desprezarem a presença contaminadora do mundo na cultura é que alguns evangélicos identificam a cultura como a expressão mais pura e autêntica da humanidade. Assim, atenuam – e até negam – a diferença entre graça comum e graça salvadora, entre revelação natural e revelação especial. Evangelizar não é mais chamar as pessoas ao arrependimento de seus pecados – refletidos inclusive em suas produções culturais, poéticas, artísticas e musicais – mas em afirmar a cultura dos povos em todos os seus aspectos. O Reino de Deus é identificado com a cultura. Não há espaço para transformação, redenção, mudança e transformação – fazê-lo seria mexer com a identidade cultural dos povos, a sua maneira de ser e existir, algo que com certeza deixaria antropólogos de cabelo em pé.


A contextualização sempre foi um desafio para os missionários e teólogos cristãos. De que maneira apresentar e viver o Evangelho em diferentes culturas? Pessoalmente, acredito que há princípios universais que transcendem as culturas. Eles são verdadeiros em qualquer lugar e em qualquer época. Adultério, por exemplo, é sempre adultério. Pregar o Evangelho numa cultura onde o adultério é visto como normal significa identificá-lo como pecado e lutar contra ele, buscando redimir os adúlteros e adúlteras e restaurar os padrões bíblicos do casamento e da família. Enfim, redimir e transformar a cultura, fazê-la refletir os princípios do Reino de Deus.


Nem sempre isto é fácil e possível de se fazer rapidamente. Missionários às tribos africanas onde a poligamia é vista como normal que o digam. O caminho possível tem sido tolerar a poligamia dos primeiros convertidos, para não causar um problema social grave com a despedida das esposas. Mas a segunda geração já é ensinada o padrão bíblico da monogamia.


É preciso reconhecer que nem sempre os cristãos conseguiram perceber a distinção entre mundo e cultura. Historicamente, grupos cristãos têm sido contra a ciência, a arte, a música e a literatura em geral, sem fazer qualquer distinção. Todavia, estes grupos fundamentalistas não representam a postura cristã para com a cultura e nem refletem o ensino bíblico quanto ao assunto. Os reformados, em particular, caracteristicamente sempre se mostraram sensíveis às artes e viam nelas uma manifestação da graça comum de Deus à humanidade. Apreciavam a pintura, a música, a poesia e a literatura. Entre eles, temos os puritanos. Cabe aqui a descrição que C. S. Lewis fez deles:

Devemos imaginar estes puritanos como o extremo oposto daqueles que se dizem puritanos hoje. Imaginemo-los jovens, intensamente fortes, intelectuais, progressistas, muito atuais. Eles não eram avessos a bebidas com álcool; mesmo à cerveja, mas os bispos eram a sua aversão. Puritanos fumavam (na época não sabiam dos efeitos danosos do fumo), bebiam (com moderação), caçavam, praticavam esportes, usavam roupas coloridas, faziam amor com suas esposas, tudo isto para a glória de Deus, o qual os colocou em posição de liberdade. (...) [Os puritanos eram] jovens, vorazes, intelectuais progressistas, muito elegantes e atualizados ... [e] ... não havia animosidade entre os puritanos e humanistas. Eles eram freqüentemente as mesmas pessoas, e quase sempre o mesmo tipo de pessoa: os jovens no movimento, os impacientes progressistas exigindo uma “limpeza purificadora”.


O grande desafio que Jesus e os apóstolos deixaram para os cristãos foi exatamente este, de estar no mundo, ser enviado ao mundo, mas não ser dele (Jo 17:14-18). Implica em não se conformar com o presente século, mas renovar-se diariamente (Rm 12:1-3), de não ir embora amando o presente século, como Demas (2Tm 4:10). É ser sal e luz.


Para os que deixam de levar em conta a presença da corrupção humana na cultura, os poetas, músicos, artistas e cientistas se tornam em sacerdotes, a produção deles em sacramento e costurar e tecer em evangelização.
Por: Rev. Augustus Nicodemus

terça-feira, 1 de março de 2011

Rir é coisa séria


Convite à oração - Etnias não evangelizadas





Deus ouve as orações, e esta é uma das verdades mais fantásticas da vida cristã (Rev. Ronaldo Lidório)


No mês de fevereiro o missionário Rev. Ronaldo Lidório divulgou a campanha "30 dias de oração pelos povos indígenas do Brasil". De acordo com Rev. Lidório, trata-se de um calendário continuado, sem mês ou data exata para usá-lo. O propósito é conduzir os cristãos a apoiar essa missão com os índios, também por meio da oração.

O calendário pode ser usado em família, pequeno grupo e mesmo na igreja, em sociedades internas e reuniões de oração. Rev. Ronaldo Lidório faz um convite de oração, para que os projetos já iniciados possam ser concretizados sob a orientação divina.
“Gostaria de convidá-los a orar e perseverar em oração pelos povos indígenas do Brasil nestes dias. Temos ainda em nosso país 121 etnias pouco ou não evangelizadas, 37 vivendo em risco de extinção, 111 grupos em complexos processos de urbanização, 38 línguas com clara necessidade de tradução bíblica e 99 etnias onde há uma igreja indígena, mas ainda sem liderança própria. Os missionários evangélicos atuam em 182 etnias em evangelização, plantio de igrejas, treinamento de líderes e ações sociais, coordenando 257 programas sociais. São desafios enormes. Precisamos rogar ao Senhor pela renovação das forças dos que estão com a mão no arado, novos obreiros para novas iniciativas, sinceras conversões entre os grupos e o fortalecimento da Igreja Indígena no Brasil, recursos para os trabalhos, o abrir das portas que permanecem fechadas e, sobretudo, clara direção do Alto para que seja feita a Sua vontade. Nestes 30 dias rogue ao Senhor da Seara por cada vida, etnia e missão, em perseverança, crendo que o Senhor ouve as orações”, conclui Rev. Lidório.